Ontém tiveram lugar dois derbies, que podem ter deixado as contas do campeonato ainda mais decididas. O FC Porto cumpriu a sua obrigação, e venceu o Boavista, enquanto que no Estádio da Luz, Benfica e Sporting não sairam do nulo, culpando depois a arbitragem.
Estádio: Estádio da Luz
Árbitro: Pedro Henriques
Espectadores: 48.222
Benfica: Quim, Nelson, Luisão, Edcarlos e Léo, Maxi Pereira, Katsouranis e Rui Costa, Dí María, Cristian Rodriguez e Nuno Gomes.
Treinador: José António Camacho. Jogaram ainda: Cardozo, Adu e Nuno Assis.
Sporting: Stoijkovik, Abel, Tonel, Polga e Ronny, Miguel Veloso, Vukcevik, João Moutinho e Romagnoli, Djaló e Liedson.
Treinador: Paulo Bento. Jogaram ainda: Farnerud e Celsinho
No Estádio da Luz, esperavam-se golos no derby mais antigo do futebol português. Mas o jogo acabou com um sensaborão 0-0, e com queixas da arbitragem de ambos os lados. Os encarnados, a jogar em casa, entraram melhor e poderíam mesmo ter marcado logo a abrir, após uma excelente combinação entre Di Maria e Rui Costa, com o remate do capitão a ser parado em última instancia, pelo carrinho de Abel. O Sporting não demorou a responder, e sería Miguel Veloso a proporcionar uma excelente defesa a Quim, depois de excelente trabalho de Romagnoli. alías, por estes instantes iniciais, percebeu-se quem podríam ser as figuras do Derby: Romagnoli e Rui Costa, dois maestros.
O Benfica ainda conseguiu superiorizar-se ao Sporting durante os primeiros 15 minutos da partida, mas aos poucos, o meio campo leonino ia assumindo o jogo e virando a tendência da partida, muito por culpa do acerto de marcação feito por Miguel Veloso a Rui Costa, o que oprimiu o futebol criativo do centrocampista, reflectindo-se na produção da equipa da casa. Aos 20 minutos, surge o primeiro caso polémico, com Katsouranis a dividir o esférico com Romagnoli, aparecendo a argentino caido no chão. Pelas imagens, dá a ideia que Katsouranis toca na bola, sendo depois o contacto inevitável, devido ao estado do terreno. O Jogo prosseguiu, agora com o Sporting no comando das operações. Djaló assumiu-se como principal dor de cabeça da defesa encarnada, ofuscando por completo Liedson. Aos 37 minutos, o jovem avançado teve o golo nos pés, após mau passe de Katsouranis, mas o remate siu um nada ao lado. Minutos depois, isolou com mestria Vukcevic, mas o montenegrino permitiu a mancha do guarda-redes Quim.
No segundo tempo, o Benfica voltou a entrar melhor na partida, com um remate de Maxi Pereira, que pôs o guardião Stoijkovic em sentido. Aos 56 minutos, surgiu a melhor oportunidade de golo dos encarnados em toda a partida. Remate de Rui Costa, a surpreender tudo e todos, com Stoijkovic a defender para onde nunca se deve defender, para a frente, onde aparece Nuno Gomes, que falha aquilo que não devería falhar, o golo. Com o Benfica por cima, sería de esperar que Camacho arrisca-se a entrada de Cardozo, mas não o fêz. Ao contrário, e prevendo a perda do meio campo, Paulo Bento retirou Vukcevic e fêz entrar Farnerud, voltando a equilibrar a questão nesta zona do terreno. Assim, voltou a aparecer novamente Romagnoli, e o Benfica voltou a tremer. Camacho não mexia e o desespero nas bancadas ia aumentando, e atingiu o seu ponto máximo, quando o assistente de Pedro Henrriques lhe fez a sinalética de que algo estava mal num lance envolvendo Katsouranis, dentro da grande área encarnada. Quería o auxiliar que fosse apontada uma grande penalidade, pois vira que o jogador grego dominara a bola com o braço. Quis o árbitro, que fosse assinalada bola ao solo, para desespero das hostes leoninas, e alivio das encarnadas. O lance é de difícil julgamento, pois remete para a velha questão da mão na bola ou bola na mão. Mais uma vez as imagens televisivas não são completamente esclarecedoras, mas fica a ideia que se tivesse sido apontada grande penalidade, não tería sido mal apontada.
O jogo prosseguiu, e Camacho decidiu mexer então na equipa, lançando Cardozo no lugar de.. Nuno Gomes. Esta substiuição motivou assobíos da plateia encarnada, e demonstrou, na minha opinião, a completa mudança do Camacho da primeira passagem pelo Benfica para esta. Mais tarde entraría Freddy Adu para o lugar de Di María, e sería dos pés deste jogador que nasceu nova polémica, já em tempo de descontos, e novamente dentro da grande área, mas desta vez da do Sporting. Adu entrou com a bola dominada, e João Moutinho parece, aqui sim, derrubar com intenção o extremo encarnado. Pedro Henrriques voltou a achar o contrario, e o jogo terminou como começou, 0-0.
Estádio: Estádio do Dragão
Árbitro: Artur Soares Dias
Espectadores: 31.809
FC Porto: Helton, Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Marek Cech, Paulo Assunção Lucho e Raul Meireles, Quaresma, Tarik e Lisandro.
Treinador: Jesualdo Ferreira. Jogaram ainda: Leandro Lima, Bolatti e Adriano.
Boavista: Carlos, Rissut, Ricardo Silva, Marcelão e Moisés, Fleurival, Diakité e Jorge Ribeiro, Zé Kalanga, Edgar e Mateus.
Treinador: Jaime Pacheco. Jogaram ainda: Bangoura e Laionel.
O FC porto entrou em campo, sabendo já do resultado do derby lisboeta, e claramente mais tranquilo, apesar de qualquer que fosse o resultado desse jogo, não abalaria a forma de jogar do campeão nacional. Sempre por cima do Boavista, que acabou por jogar a defesa, embora não tanto como se pensava, mas sempre atrás da linha da bola, não foi com surpresa que, logo ao quarto de hora, o FC Porto se adiantou no marcador. Lisandro Lopoez, o goleador de serviço, voltou a cargano campeonato e aproveitou da melhor maneira um erro tremendo de Carlos, que defendeu o remate de Quaresma para o pior sitío, para a frente, onde o argentino não desaproveitou. O FC Porto passou a gerir o resultado, e embora sempre superior, permitiu que o Boavista a espaços, se fosse aproximendo da sua área, sem no entanto causar grande perígo uma vez que os remates de meia distância eram os preferidos dos axedrezados, e aí Helton esteve bem.
No segundo tempo, o Boavista entrou ligeiramente melhor, e chegou mesmo a criar perígo através de Edgar e Jorge Ribeiro, que poderíam mesmo ter marcado. O FC Porto recuou um pouco e sentiu algumas dificuldades, muito por culpa da saida de Tarik, que foi rendido por Leandro Lima, o que permitiu a Jorge Ribeiro aventurar-se mais pelo seu flanco, criando alguns desiquilibrios. Adivinhando algum dissabor, os adeptos portistas responderam com assobios a ténue exibição dos dragões neste período do jogo, e a equipa respondeu.. com o segundo golo, da autoría de Lisandro, mais uma vez, afirmando-se como o melhor marcador azul e branco, e do campeonato. Desta vez o argentino acorreu a um passe de Marek Cech, que substituiu o lesionado Fucile na ala esquerda da defesa portista, e voltou a não falhar. Até ao fim, o FC Porto geriu o resultado, agora sim com mais calma, e saiu do jogo com uma vantagem pontual sobre o Sporting de sete pontos e oito sobre o Benfica.. a sexta jornada. Seis jogos, seis vitórias, o melhor arraque de temporada dos ultimos 16 anos e o melhor arranque de todas as ligas mais competititvas da equropa, são os recordes deste FC Porto que parece já embalado para o título.