Joaquim Pinto (ao fundo) augura um futuro risonho para os seus dois ex-atletas |
Joaquim Pinto, treinador que representou os infantis do Coimbrões durante as últimas duas temporadas e que está agora a caminho da equipa de juvenis A do Salgueiros, é um dos responsáveis pela ida de Rúben Pereira e de Nuno Guimarães para o Benfica. O técnico mostrou-se satisfeito com esta situação, até porque é o terceiro jogador que coloca num 'grande', depois de na época passada Rui Bruno ter transitado para o FC Porto: "É um enorme orgulho para mim, enquanto treinador e amigo dos miúdos. E felizmente já são três jogadores em duas épocas que pus em clubes grandes", disse o jovem técnico.
Relativamente aos atletas, o treinador analisou a forma de estar de ambos em campo e fora dele, apontando os atributos que levaram a que o Benfica se interessa-se pelos seus serviços: "O Rúben e o Guimarães são atletas com enorme talento, mas é algo que isolado não chegaria para atingirem o patamar onde chegaram. Apesar de serem jogadores de posições e com factores bem diferentes, ambos têm características que considero essenciais para poderem chegar ao topo: grande devoção pela equipa, enorme atitude competitiva e bastante disciplinados. São jogadores que põem permanentemente os interesses colectivos à frente dos interesses individuais e que têm alguma dificuldade em lidar com colegas que não tenham a mesma postura, jogadores que treinam sempre no limite das suas capacidades e que no relvado ou no balneário estão sempre atentos e prontos a aprender para poderem evoluir" afiançou Joaquim Pinto, fazendo algumas comparações: "Há atletas, alguns dos quais foram seus companheiros de equipa, que tinham tanto ou mais talento, mas porque não tinham as tais características, não chegaram ao mesmo patamar. Ter talento não chega e por isso se ouve muitas vezes em inúmeros campos de futebol: É um grande jogador, mas não tem cabeça", disse.
Olhando de uma forma mais individual para cada um dos jogadores, Joaquim Pinto traça o perfil de ambos: "O Rúben tem o perfil de um autêntico líder, um jovem com um grande carácter. Fez muitos quilometros para treinar, mas sempre com a mesma determinação e empenho. O Guimarães é um atleta com uma alma inesgotável. Se pudesse passava os dias inteiros a treinar e lembro-me que por vezes, passavam poucos minutos da hora do inicio do treino e se a equipa ainda não estivesse no relvado, ficava impaciente. Recordo-me inclusive de um treino em que chovia torrencialmente e a bola praticamente não rolava. Disse aos atletas que quem quisesse podia recolher aos balneários ou podia ficar e continuar a treinar. Não foi difícil adivinhar quem ficou. Por isso muitas vezes digo que para se ser jogador de futebol não basta querer, ou ter talento. É preciso muito mais do que isso, se for necessário, fazer sacrifícios".
Por tudo isto, Joaquim Pinto vaticina um futuro airoso para os dois jogadores, mas deixa a ressalva: ambos têm que se empenhar a fundo neste novo trajecto na sua ainda jovem carreira: "Estes atletas vão agora directamente para o Centro de Estágio no Seixal, lugar desejado por milhões de jovens das suas idades e por isso são uns privilegiados, mas porque trabalharam para tal acontecer. Ambos têm muita qualidade e terão todas as condições para produzir sucesso. Mas sabem que terão de continuar a trabalhar com afinco para chegarem ainda mais longe e se algum dia perderem um dos maiores atributos que podem ter na vida, que é a humildade, o regresso a casa ficará bem mais perto", concluiu.
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