Paulo Alexandre, treinador do Valadares, é o convidado do 'Entrevista Com' desta semana.
Com um início de carreira como técnico principal carregado de sucesso, Paulo Alexandre conta já com duas subidas de divisão, um título de Campeão Distrital e já pôde, ainda que numa partida amigável, defrontar o Tri-Campeão Nacional, o FC Porto. E tudo isto em apenas duas épocas. Com um currículo já invejável, o jovem treinador do Valadares ameaça tornar-se num caso sério de sucesso no mundo futebolistico e, quem sabe, poderá vir a conseguir atingir um dos seus objectivos pessoais. Qual é? Tem que ler este exclusivo até ao fim e ficará a saber!.
Paulo Alexandre (esq.) conta já com um curriculo invejável |
A Bola é Redonda (ABR) - Paulo Alexandre, fazendo uma retrospectiva da sua carreira como treinador principal, há duas épocas atrás, quando assumiu o Valadares, alguma vez pensou que passados dois anos estaria na Divisão de Honra da AF Porto?
Paulo Alexandre (PA) - Sinceramente não, apesar que no primeiro ano o objectivo foi a subida, mas sempre pensei que era possível e os meus atletas sabem bem do que falo.
ABR - Logo na sua época de estreia foi Campeão Distrital. Como viveu esse momento?
PA - Foi uma mistura de sentimentos, pelo campeonato que realizamos e pela forma como conseguimos ganhar a final nas grandes penalidades, um momento que jamais esquecerei, mas só possível com o grande grupo de atletas, estrutura directiva e meus adjuntos, Manuel e Mesquita.
ABR - Esta época, o Valadares foi um adversário a ter em conta. A subida à Divisão de Honra era o objectivo?
PA - O objectivo inicial era ficar entre os cinco primeiros. A partir do momento em que conseguimos alcançar o terceiro lugar, que na outra época deu subida, acreditamos e conseguimos independentemente de haver alargamento ou não, já que na época passada o Perosinho e Ermesinde tinham subido em terceiros em ambas séries.
ABR - Em casa, o Valadares é dos adversários mais difíceis de bater. Em 26 partidas apenas perdeu por duas vezes, isto contabilizando também a época 2011/12. Qual é a receita?
PA - A qualidade dos atletas, o trabalho semanal sério e uma estrutura que tudo faz para que nada nos falte. Mas também fomos fortes fora nas duas épocas, perdemos seis jogos em 26. Acima de tudo somos um grupo de princípios.
ABR - A invencibilidade foi quebrada pelo São Félix em Dezembro de 2012. Mais tarde, o Gulpilhares também venceu no Complexo Desportivo de Valadares. Eram equipas de 'outro campeonato'?
PA - Eram equipas que tinham objectivos iniciais diferentes do nosso, apesar de nunca assumirem. Também demonstraram ter mais experiência e foram mais regulares, o que fez com que fossem uns justos vencedores.
ABR - Como todos sabem, o Valadares-Gaia é um clube com apenas dois anos de vida. No entanto, no futebol masculino já subiu em dois anos consecutivos e no futebol feminino, subiu à 1ª Divisão no ano de estreia e chegou à final da Taça de Portugal, onde perdeu com o Boavista. Qual é a receita do clube para tanto sucesso no imediato?
PA - A grande qualidade colectiva de ambos os escalões, ter um presidente organizado e acompanhado de uma estrutura que gosta do que faz e, apesar do amadorismo, são grandes profissionais no que fazem para que nada falta.
ABR - Paulo, na próxima época vai continuar no Valadares?
PA - Vou
ABR - Quais serão os objectivos para a Divisão de Honra, um campeonato ainda mais exigente que o da 1ª Distrital?
PA - Sempre gostei de partir por etapas. Primeiro, quero garantir a manutenção e depois então partir para outra etapa até conseguirmos o nosso objectivo, que muitas vezes muda consoante o desenrolar do campeonato. Agora, o que posso dizer é que, novamente, vamos ter uma equipa competitiva e com muita vontade de vencer.
ABR - O ano passado, na pré-época, o Valadares defrontou o FC Porto, numa partida de campeões e bateu-se bem. Que ensinamentos retirou desse encontro?
PA - Que a parte psicologia por vezes supera a física.
ABR - Como foi defrontar um clube onde jogam, provavelmente, muitos dos ídolos dos jogadores do Valadares e do próprio treinador?
PA - Foi magnifico, não há muitas oportunidades como essa. O importante é que os atletas souberam desfrutar do momento e que ninguém se aleijou.
ABR - Falou com Vítor Pereira? Que lhe disse o treinador o FC Porto?
PA - Falei e fiquei impressionado com a humildade dele, pediu para falar ao nosso grupo e deu os parabéns pela organização colectiva do grupo de trabalho.
ABR - Este ano, para a Divisão de Honra, irá novamente buscar inspiração ao Olival?
PA - Não sei, mas gostava.
ABR - Quais são os seus objectivos para o futuro, tendo em conta que está a ter um início de carreira bastante auspicioso?
PA - Acima de tudo viver o presente, ser feliz a fazer o que gosto e conseguir superar novas etapas que me levem a atingir novos objectivos. Quanto ao futuro, gostava de poder ser profissional como técnico mas tenho os pés bem assentes no chão.
ABR - Poderemos ter nova surpresa proporcionada pelo Valadares na próxima época?
PA - Temos que continuar a trabalhar sério. Os nossos adversários vão olhar para nós com mais respeito e penso que o que possa acontecer no futuro já não será surpresa. Gosto de preparar os meus grupos para serem vencedores mas também estarmos preparados, por vezes, para fases menos boas e não tremer.
ABR - Paulo, para terminar, gostaria que deixasse uma mensagem aos adeptos do Valadares e também aos leitores do blog.
PA - Agradecer a toda a massa associativa e adepta de nosso clube, por sempre nós terem apoiado e me fazerem crescer como técnico com sua exigência.
Um abraço a todos os leitores do blog, em especial ao Johnny pelo trabalho realizado e por nos dar maior visibilidade através do seu blog. Obrigado.
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