Zé Coutinho, médio que desde há duas épocas representava o Oliveira do Douro, foi mais um dos atletas a colocar um ponto final na carreira de jogador. Próximo de atingir os 34 anos de idade, o médio afirma que a base da sua decisão está num conjunto de situações: "Não existe uma única razão para ter decidido deixar de jogar futebol, mas sim um conjunto de situações, das quais eu achei que não iria estar a 100% como atleta. É óbvio que podia jogar mais dois ou três anos, mas como em tudo na vida, eu gosto de estar de corpo e alma. Naturalmente, se continuasse a jogar, iria continuar a dedicar-me da mesma forma que o fiz estes anos todos e a fazer o melhor possível, mas isso não é a minha maneira de estar, ou estou para fazer bem com tudo o que isso envolve física e psicologicamente, ou então prefiro sair com dignidade sem andar a enganar ninguém e principalmente a mim mesmo", afirmou o jogador, que diz também ser uma decisão irreversível: "É definitivo. Não se trata de haver propostas, pois eu dei conta da minha decisão na ultima semana do campeonato. Provavelmente poderia continuar no plantel, mas como deve calcular, eu não decidi isto de um dia para o outro, já venho há alguns meses a pensar e a convencer-me que seria melhor colocar um ponto final. Não foi fácil, acredito que vou sentir saudades pois foram 25 anos", onde representou clubes como o Gondomar, na 2ª Divisão B, o Sousense, o Ataense na 3ª Divisão, o Avintes e o Oliveira do Douro.
Apesar de deixar de ser jogador, Zé Coutinho afirma que gostaria de ficar ligado ao futebol e ainda há essa possibilidade: "Gostava de continuar ligado ao futebol de alguma maneira. Existe uma forte possibilidade de isso acontecer, mas como ainda não está 100% confirmado, vamos aguardar mais uns dias", adiantou.
Ao fim de 25 anos de carreira, as memórias são bastantes, mas Zé Coutinho guarda uma em particular: "Guardo muitas e boas memórias, e o que me vem logo ao pensamento é o meu falecido avô, pois ele acompanhou o meu percurso desde o inicio. Era ele que me levava aos treinos do velhinho Campo da Constituição durante 6 anos. E uma das coisas que ele me dizia, não só para o futebol mas para a vida era: "Mais vale teres que dizer, do que tenham que dizer de ti" e eu, durante estes anos todos, subi e desci de divisão, fiz bons e maus jogos, tive muitas vitorias e algumas derrotas, golos e algumas lesões, enfim, alegrias e tristezas, mas o que fica na minha memória é que, por onde passei estes 25 anos, tentei não deixar "inimigos", ou seja "não ter quem diga de mim"", afirmou.
Zé Coutinho deixa ainda alguns agradecimentos especiais: "Se me permitires, e como deves imaginar gostava de agradecer a muita gente, mas duma forma abrangente agradecer aos clubes, treinadores, directores e jogadores que me acompanharam estes anos e em especial à minha família, nomeadamente os meus avós, pais, irmã e esposa", concluiu o jogador.
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