2 de janeiro de 2013

Óscar Nogueira deixa o Grijó

Óscar Nogueira, treinador que estava à frente do comando técnico do Grijó, foi dispensado pela direcção do clube gaiense ao fim de oito anos e meio de ligação. O técnico foi apanhado de surpresa, uma vez que esta situação teve lugar no passado dia 26 de Dezembro e até já tem substituto, sendo agora Guilherme Baldaia, que já esteve no banco no jogo do passado sábado com o Penalva do Castelo, o novo treinador.
Óscar Nogueira explicou ao 'A Bola é Redonda' o que levou à sua saída e quais são agora os novos desafios que espera encarar, revelando que até já houve contactos. Tudo a não perder na entrevista que se segue.

Óscar Nogueira deixa o Grijó após oito épocas e meia como treinador e com duas subidas no curriculo

A Bola é Redonda (ABR) -  Mister, a sua saída do Grijó apanhou muita gente de surpresa. O que o levou a deixar o clube ao fim de pouco mais de oito épocas?


Óscar Nogueira (ON) - Acredito que a minha saída tenha surpreendido muita gente porque até a mim me causou alguma estranheza. Quero deixar bem claro que foi decisão única do presidente e, também por isso, me desilude mais e me faz pensar que a seriedade, sinceridade, transparência e outros adjectivos que podia classificar a nossa ligação, se perdeu num curto espaço de tempo. Foi alegados ciúmes de balneário e lufada de ar fresco para a minha saída, porque não seria por classificação, visto estar em quarto lugar e dentro dos seis primeiros, pedido para a primeira fase. Também admitido pelo presidente um trabalho qualitativo e profissional a nível de treinos, portanto seria as razões evocadas, apesar de eu reconhecer que temos um défice de três ou quatro pontos perfeitamente recuperáveis.




ABR - O Grijó assumiu-se como candidato à subida, mas as coisas nesta fase final da 1ª volta não estavam a correr bem. A que se deveu essa quebra de rendimento?

ON - Como já disse, assumo um défice de três ou quatro pontos ao previsto. Repare, ficamos sem o Vando por castigo, saiu o Bruno Faria, o Maté lesionado desde a segunda jornada, o João e o Pedro lesionados em jogos fundamentais, tais como Salgueiros 08 e Estarreja, a juntar ao castigo do Artur, dá um sério enfraquecimento qualitativo de opções, estamos a falar de cinco ou seis jogadores que em dois ou três jogos não deram contributo! Tudo isto e com uma ou outra arbitragem infeliz não explica tudo, mas faz parte desse abaixamento de rendimento, para mais ainda, com alguma coisa que por respeito pela instituição, mas principalmente pelo bem estar do grupo, não vou falar em praça pública fez com que houvesse uma quebra.


ABR - Sente que deixou um trabalho inacabado ou sai de consciência tranquila?

ON - Saio com a certeza que íamos conseguir um dos três primeiros lugares que queríamos. Tivemos uma fase brilhante e uma negativa, mas certamente a qualidade do nosso trabalho e a ambição existente dentro do grupo, eram razões para acreditar em alcançar a desejada subida. Mesmo assim, o trabalho está lá e bem feito, com jogadores de qualidade. Mesmo havendo uma ou outra lacuna existe tudo para fechar bem o ano desportivo. Saio de consciência completamente tranquila, a "história" está escrita e daí ninguém consegue apagar o meu nome e da equipa técnica que foi a única a ser campeã neste clube, e que esteve dois anos consecutivos nos campeonatos nacionais! Também quero lembrar a quem tem a memória curta, que esta equipa técnica trabalhou em condições muito adversas e conquistou excelentes resultados para agora o clube poder dar condições estruturais e desportivas para realizar trabalhos confortáveis. Nos últimos quatro anos os adeptos do Grijó só tiveram a tristeza de ver a sua equipa a perder três vezes em casa, tivemos em destaque com três vezes o treinador, cinco vezes o guarda-redes e uma vez o melhor marcador a receber prémios do jornal 'O Gaiense' e, por fim, deixar o clube em condições de disputar uma arrogante subida á 2º Divisão Nacional, portanto, só tenho de estar orgulhoso do nosso trabalho e de quem nos ajudou a exerce-lo. Seria totalmente acabado se nos tivessem deixado subir de divisão, assim podem dar essa glória a outros, porque talvez as nossas sejam suficientes para conquistar num clube.

Guilherme Baldaia é o senhor que se segue

ABR - Que espera agora para o seu futuro em termos de projectos futebolisticos?

ON - Espero voltar a ter um projecto/desafio para enfrentar e dedicar-me totalmente a ele para atingir objectivos colectivos desejados, é a forma de encarar o futebol e de trabalhar com profissionalismo, empenho e claro ambição. Nesta sexta-feira (28/12) já houve um contacto mas com todo o respeito e gentileza não é motivante em termos de ambição.


ABR - Guilherme Baldaia, ao que tudo indica, será o seu substituto. Qual é a sua opinião sobre esta opção e o que pensa do técnico?


ON - Não tenho que dar opinião sobre o sucessor e quem pode tirar frutos do meu trabalho. Só tenho de desejar felicidades aos jogadores que foram meus e vão trabalhar com ele. Só esperava mais elegância e respeito entre colegas de profissão como sempre houve (talvez aparentemente), porque um telefonema era o bastante para ficar mais cordial. Desejo muito sucesso á A.D.Grijó.

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