Coimbrões sofre derrota injusta e por números exagerados

Local: Estádio do Bessa

Hora: 15h

Árbitro: Pedro Vilaça

Boavista: Vítor Golas, Mário Loja, Diogo Leite e Léo, Rui Lopes (Fabinho Int.), Joel, Rui Dolores e Ribeiro (Nuninho Int.), Cadinha, Paulo Campos e Renato Queirós (Ruizinho 77').

Treinador: Rui Ferreira

Coimbrões: Ivo, Nando, Joel, Sérgio (Fábio Martins 69') e Huguinho, Paulo Lima, Vítor Fonseca (Pedro Sá 77') e Bruno Fogaça, Pedro Tavares, Lourenço e Nuno Pinto.

Treinador: Rui França.

Resultado ao intervalo: 1-0

Resultado final: 3-0

Marcadores: Renato Queirós (5'), Mário Loja (64') e Paulo Campos (87')

Disciplina: Cartão vermelho para Nando (80') do Coimbrões, por acumulação de amarelos.

O Coimbrões defrontou esta tarde o Boavista em jogo antecipado da 10ª jornada do Campeonato Nacional da 2ª Divisão Nacional e acabou derrotado em pleno Estádio do Bessa, por três bolas a zero. No entanto, o resultado avultado não demonstra aquilo que realmente se passou em campo.

O Coimbrões até entrou melhor na partida, dispondo logo aos três minutos de uma boa oportunidade para marcar, após um livre apontado por Pedro Tavares, da esquerda do ataque gaiense, com Nuno Pinto a cabecear na área para uma boa intervenção de Vítor Golas, guarda-redes boavisteiro. Na jogada seguinte, o Boavista chegou ao golo, numa boa combinação entre Paulo Campos e Renato Queirós, que deixou o ala boavisteiro isolado perante Ivo e à saída deste, Queirós com um toque subtil fez a bola passar por cima, inaugurando o marcador. Apesar do Boavista ter marcado primeiro, o Coimbrões dominou por completo a equipa da casa durante grande parte do encontro, apostando num futebol de ataque continuado, tendo sempre mais bola, mas também, é preciso dizê-lo, demonstrando alguma indefinição no último passe, o que gorou algumas boas ocasiões de perigo criadas sobretudo pelo lado esquerdo do ataque gaiense, onde Pedro Tavares foi sempre um quebra-cabeças, sendo mesmo a melhor unidade do Coimbrões em campo. Após um período da partida onde a bola não se abeirou muito das balizas, aos 36' o Coimbrões voltou a estar perto do golo, em mais um lançamento para a velocidade de Pedro Tavares, que viu bem ao segundo poste a entrada de Bruno Fogaça, mas o cabeceamento deste saiu por cima da baliza axadrezada. Antes do intervalo seria novamente o Coimbrões a criar perigo e novamente pelo "pequeno genial", ao ser bem desmarcado por Vítor Fonseca, mas já no interior da área o remate saiu fraco e à figura do guardião, Vítor Golas.

Na segunda metade da partida, o técnico boavisteiro operou duas alterações, fazendo entrar Nuninho e Fabinho para os lugares de Ribeiro e Rui Lopes e deu a sensação de o Boavista entrar com outra disponibilidade que não tivera durante os primeiros 45 minutos de jogo. Logo no primeiro minuto da segunda parte, os dois jogadores acabados de entrar fabricaram uma boa jogada que só não deu golo, porque Ivo estava atento e defendeu o remate de Fabinho, após um bom trabalho de Nuninho na linha de fundo. O jogo voltou a entrar numa toada mais quezilenta, com algumas entradas mais ríspidas a merecerem a amostragem da cartolina amarela por parte do árbitro da partida, Pedro Vilaça, até que aos 64' o Boavista vai chegar ao segundo golo da partida, numa jogada de contra-ataque que nasce de um canto a favor do Coimbrões, mas que permitiu a um jogador axadrezado sair para a contra-ofensiva, sendo travado em falta por Joel. Do livre apontado por Cadinha, Mário Loja subiu sozinho entre os centrais coimbroenses e atirou sem hipóteses para Ivo. Com cerca de 25 minutos para jogar, Rui França mexeu na equipa e tirou um central, Sérgio, para fazer entrar Fábio Martins, mas o Coimbrões nunca conseguiu incomodar verdadeiramente a baliza contrária, apesar do domínio exercido sobre o Boavista, chegando mesmo, à espaços, a plantar-se no meio campo da formação de Rui Ferreira. Para piorar o cenário, Nando foi expulso a dez minutos do final da partida, após ver o segundo amarelo por travar um jogador do Boavista em falta. Já na parte final da partida, o Boavista voltou a chegar ao golo, quando o Coimbrões estava todo balanceado no ataque, com Diogo Leite a servir Nuninho no limite do fora de jogo, este a correr todo o corredor direito sozinho e já perto da linha de fundo a cruzar ao segundo poste, onde surgiram Ruizinho e Fabinho, que se embrulharam, mas a bola ainda acabou por ser bem tocada para a cabeça de Paulo Campos voltar a desviar para o fundo das redes do Coimbrões, aumentando a vantagem dos homens da casa para 3-0. Já nos descontos o Coimbrões instalou-se no meio campo boavisteiro na procura de um golo de honra, que seria completamente merecido, mas este acabou por não chegar, com o árbitro a concluir a partida quatro minutos para além dos noventa. Castigo muito pesado e injusto para o Coimbrões, que se bateu de igual para igual com o Boavista, sem medo, e que obrigou a turma axadrezada a usar toda a experiência que contém no plantel para conseguir arrecadar os três pontos. Nota positiva para os cerca de 300 adeptos do clube gaiense que se deslocaram ao Estádio do Bessa e não pararam de apoiar o conjunto de Rui França. O trabalho do árbitro pode-se considerar bom, sendo de critérios uniformes. Quanto à expulsão de Nando, nada a dizer, as faltas que o jogador cometeu, justificaram por completo o cartão amarelo.

No final da partida, aos microfones do Porto Canal, Pedro Tavares disse que "quando se perde por três a zero, não há muito a dizer. A primeira oportunidade de golo do jogo foi nossa e o Boavista marcou na primeira vez que foi à nossa baliza. Conseguimos criar algumas situações de golo, mas não conseguimos marcar antes do intervalo. Já na segunda parte, o Boavista fez cedo o segundo golo e a partir daí o jogo foi diferente".