O 'Entrevista Com' desta semana, falou com um jogador que regressou no passado mês de Dezembro ao activo, depois de três anos de paragem. Marco Pereira, avançado e atleta dos quadros do Vila FC, abordou as experiências que teve no Canelas-Gaia, na época 2005/2006 na Divisão de Honra da AF Porto e no Serzedo em 2006/2007 na 1ª Distrital enquanto sénior, bem como os motivos que o levaram a estar três épocas afastado do futebol. De regresso ao activo, o jogador aborda as dificuldades que sente após tão longa paragem e dos objectivos que ainda pretende atingir.
Uma entrevista a não perder, em mais um exclusivo 'A Bola é Redonda'.
Marco Pereira, aqui ao serviço do Canelas-Gaia |
A Bola é Redonda (ABR) - Marco, onde começaste a jogar futebol?
Marco Pereira (MP) - Comecei a jogar futebol quando tinha oito anos no São Félix.
ABR - Estiveste nos seniores do Canelas e do Serzedo. Fala-me um pouco dessas duas experiências.
MP - Enquanto sénior passei por realidades muito diferentes. No primeiro ano de sénior, estive no Canelas-Gaia, onde acabamos por descer de divisão e o principal problema eram as dificuldades financeiras. Estivemos quase a época toda sem receber. O meu segundo ano foi no Serzedo, que era um clube humilde, onde fizemos um campeonato tranquilo e andamos sempre do meio da tabela para cima.
ABR - Depois estiveste parado durante três temporadas. O que te levou a estar fora do futebol durante tanto tempo?
MP - Em certa parte foi devido a um desentendimento com o treinador na altura do Serzedo. Acabei por não permanecer no clube quando a época acabou e entretanto começou a ser complicado arranjar clube, visto que a maioria dos planteis já estavam fechados.
ABR - Durante o tempo de paragem, estiveste de alguma forma ligado ao futebol ou desligaste por completo?
MP - Durante o tempo de paragem, acompanhei sempre o futebol. Via sempre alguns jogos dos distritais, tentando manter sempre contacto com o que se ia passando nos campeonatos e nos clubes e também tentando arranjar equipa para reiniciar-me no mundo do futebol.
ABR - Foi difícil estar afastado dos relvados?
MP - Foi. Primeiro porque jogava desde os meus oito anos e só por essa altura parei de jogar. Coisa estranha para mim e fora do normal. Segundo, porque sentia que estava a perder as minhas capacidades como jogador. É difícil estar parado, perde-se muito ritmo em relação aos outros jogadores no activo.
ABR - Voltaste agora ao activo e logo num clube histórico como o Vila FC, apesar de ser um clube de certa forma novo. Como surgiu essa hipótese?
MP - É verdade, consegui novamente entrar no activo, e num clube ao qual podemos considerar histórico, visto que é novo, mas tem os princípios do seu anterior clube. Surgiu esta hipótese, através de um amigo meu que me deu a conhecer ao mister Edmundo, dando-me a oportunidade de treinar no Vila.
ABR - Como tem sido o processo de adaptação ao futebol depois de tanto tempo afastado?
MP - Tem sido difícil. Quando cheguei na altura em Dezembro, os meus colegas já estavam com um ritmo de jogo alto e tecnicamente não estava no meu nível, no qual ainda me esta a custar a estar. Foram três anos parado e é sempre muito difícil a adaptação. Perde-se rotinas de jogo e toque de bola. Mas sinto que com o tempo e com paciência, lá conseguirei estar ao meu nível.
ABR - O Vila FC é o clube a nível distrital que está a mais tempo sem perder, por ventura, apenas ultrapassado pelo FC Porto a nível nacional. Como analisas essa situação?
MP - Na altura que cheguei ao clube, o Vila FC já estava há cinco jogos sem perder. Hoje já vamos com 23. Tudo se deve ao bom trabalho de todos, com muito sacrifício e humildade. Temos uma equipa técnica experiente e um grande apoio dos sócios. A equipa é jovem, mas com muita qualidade, na qual podemos fazer historia já neste primeiro ano do clube. Levamos sempre em mente que temos de trabalhar todos os dias, lutando sempre da mesma maneira todos os domingos, sempre com os pés no chão e apenas em mente a vitória.
ABR - No próximo domingo têm um desafio difícil com o Pedroso em casa. Quais são as possibilidades da equipa nesse jogo?
MP - Temos boas possibilidades de ganhar a partida. Jogamos em nossa casa, e temos que ter confiança em nós próprios, fazendo o que sabemos fazer melhor. Respeitando sempre os nossos adversários, pois só ai estamos concentrados a fazer o nosso melhor. O Pedroso, é uma excelente equipa e é o líder do nosso campeonato, portanto é um adversário directo ao qual temos que ganhar para tentar alcançar os nossos objectivos.
ABR - Relativamente ao futebol em Gaia, como tens visto os desempenhos dos clubes gaienses nos campeonatos nacionais?
MP - Dos clubes em Gaia presentes nos nacionais, tenho a destacar o Coimbrões. É uma excelente equipa, do qual já vi alguns jogos. Vêem a fazer um excelente trabalho desde há alguns anos. Espero que alcancem os seus objectivos.
ABR - Tens 24 anos. O que é que ainda esperas da tua carreira futebolistica?
MP - Pretendo trabalhar sempre para melhorar e aprender coisa novas, para tentar chegar o mais longe possível na minha carreira enquanto jogador. Hoje em dia é difícil conseguir uma carreira profissional em Portugal, devido ao fraco investimento em jogadores nacionais. Mas, pode haver sempre uma pontinha de sorte.
ABR - Deixa uma mensagem aos adeptos do Vila FC e aos adeptos do futebol em geral.
MP - Aos adeptos do Vila FC, que continuem a ser o nosso 12º jogador e que continuem a dar sempre o apoio incansável como têm feito até hoje, pois com o apoio deles somos mais fortes. Aos adeptos do futebol em geral que encham os estádios e continuem a apoiar este desporto-rei com fair play.
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