18 de outubro de 2006

Celtic Glasgow 3-0 SL Benfica

Estádio: Celtic Park

Espectadores: 60.000

Árbitro: Eric Braambaar (Holanda)


Celtic: Boruc, Telfer, Caldwell, McManus e Naylor, Nakamura, Lennon, Sno e Maloney, Zurawski e Miller
Treinador: Gordon Strachan Jogaram ainda: Jarosik e Pearson
Benfica: Quim, Alcides, Luisão, Ricardo Rocha e Léo, Petit, Katsouranis, Nuno Assis e Simão, Miccoli e Nuno Gomes
Treinador: Fernando Santos Jogaram ainda: Nelson e Fonseca
Mais uma noite negra em termos de resultado para o emblema encarnado, que pode ter afastado a equipa do objectivo de passagem aos Oitavos de Final da Champions League.
O Benfica apresentou-se ontem em Glasgow com a necessidade de vencer, por forma a ainda acalentar esperanças de passar à fase seguinte, pois em caso de vitória começaria a segunda volta do grupo em posição mais favoravel que os rivais escoceses. Fernando Santos operou uma alteração em relação ao jogo de Leiria, surgindo Alcides no lugar de Nelson na faixa direita, na tentativa de ganhar centimetros na defensiva. O esquema também saiu do 4x3x3 declarado, passando para o tão afamado losango no meio campo, com Simão a jogar atrás de Nuno Gomes e Miccoli. Ao longo do jogo, este esquema revelou-se infrutifero e pôs a nú algumas deficiências de marcação de alguns jogadores, nomeadamente nos dois primeiros golos. Os encarnados começaram o jogo encostados às cordas, pois logo aos dois minutos, Quim teve que se aplicar após um forte remate de Maloney, que apareceu solto no coração da area. Com dois extremos rápidos, Nakamura e Maloney, aliados à mobilidade de Miller, os católicos dominaram por completo o primeiro quarto de hora do jogo, sem no entanto criarem muitas mais situações de perigo, além da referida. A partir deste momento os encarnados passaram a ter mais bola e o domínio mudou de sentido. O Benfica passou a controlar as operações, enervando os exigentes adeptos escoceses, que em determinadas alturas do jogo demonstraram o descontentamento que estavam a sentir. O forte do Benfica é a troca de bola, e isso enervou os jogadores adversários, que foram consentindo alguns espaços o que permitia ao Benfica chegar com perigo à grande area, mas depois o remate final não era o mais perfeito. E isso ficou patente mesmo à beira do intervalo, onde um golo sofrido pode ter efeitos devastadores, mas Katsouranis não aproveitou da melhor forma o excelente cruzamento de Léo, nem o facto de estar liberto de marcação e cabeceou ao lado. Foi a grande oportunidade do Benfica em toda a primeira parte.
As equipas voltaram do descanço exactamente como sairam e mais uma vez o Celtic entrou mandão, mas sem ser muito perigoso. No entanto o primeiro golo do jogo surgiu aos 56 minutos numa jogada feita toda através do flanco esquerdo do ataque católico . Naylor desceu pelo corredor sem a oposição de Katsouranis ou Alcides, trocou a bola com Nakamura, que depois na entrada da area ainda teve tempo de desviar a bola para Miller fuzilar Quim bem no centro da mesma. Estava feito o primeiro da noite e mais uma vez, à semelhança do jogo contra o Man. United, ficou patente que a eficacia é tudo em alta competição. A partir deste momento o Benfica passou a jogar mais com o coração do que com a cabeça e como disse Santos no fim, a equipa partiu-se e o descalabro foi total. Nuno Assis ainda tentou dar outro rumo ao jogo, rematando forte mas à trave da baliza escocesa, minutos depois do primeiro golo. Dez minutos depois e após um canto encarnado o Celtic matou o jogo. Saida rápida dos extremos católicos, com Lennon no centro a dar a bola ao rápido Miller e este à saida de Quim rematou para golo. Acabava aqui o sonho encarnado no Paraiso escoces e Strachan dava pulos de alegria no banco. Pearson ainda aumentou a vantagem para 3-0, mesmo acabadinho de entrar já em cima do minuto 90.
O Melhor em Campo
Miller. Foi uma grande dor de cabeça para a defesa benfiquista. Abriu espaços, criou linhas de passe, e nas duas oportunidades que teve para marcar não desperdiçou. Está no melhor momento da carreira.
O Positivo do jogo
Em certos periodos do jogo o Benfica foi superior ao Celtic. A mobilidade do conjunto encarnado é outra e as trocas de bola são mais evolutivas do que no início da época. No entanto não chegou para atingir o objectivo a que os benfiquistas estavam obrigados.
O Negativo do Jogo
O resultado. Embora não conseguindo contrariar os escoceses, tem que se dizer que o resultado me parece excessivo. Não houve pendor atacante suficiente para o resultado ser tão volumoso. Houve sim uma capacidade de aproveitamento de erros defensivos bem elevada. O Benfica só se pode queixar de sí proprio nesta matéria, pois em 14 remates efectuados, apenas dois foram a baliza. Em três jogos a equipa de Fernando Santos ainda não marcou, e se alongarmos os números, o último golo encarnado na Champions foi o de Miccoli em Anfield Road. É curioso constatar que os golos sofridos pelo Benfica, têm origem na sequência de uma jogada de ataque encarnada. O segundo golo do Celtic é uma fotocópia do golo de Saha na Luz. Depois de um canto, uma rápida saida para o contra-ataque e ninguem a fechar no meio campo. Em três toques a bola chegou da baliza de Van der Sar a Saha, ontem em três toques a bola chegou da baliza de Boruc a Miller. A rever..
O Árbitro
O mais alto em campo. Practicamente 2 metros de altura. Não teve influência no resultado, mas apitou coisas que não deveria ter apitado. Esteve bem na amostragem dos cartões a Katsouranis e Sno e foi mais ou menos bem auxiliado pelos fiscais de linha.

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