Noite desastrosa!
Portugal deslocou-se á Polónia para defrontar a selecção local, e acabou batida sem apelo nem agrado, numa pálida exibição.
Scolari dizia antes da partida que um ponto seria bom.
A verdade é que as palavras de Scolari parecem ter afectado de forma nefasta a selecção nacional, que entrou nervosa e receosa.
Mesmo com uma Polónia inicialmente permissiva, Portugal não procurou controlar o jogo e no primeiro erro defensivo acaba por sofrer um golo. A partir daqui foi uma espécie de efeito de bola de neve, pois os jogadores precipitaram-se, o futebol colectivo não saiu e num segundo erro defensivo, novo golo Polaco.
Na 2ª parte, Portugal foi assumindo ,aos poucos, o jogo, mas com uma Polónia a consentir a posse de bola aos portugueses, procurando explorar com perigo o contra-ataque.
O golo de Nuno Gomes não apaga a péssima imagem que Portugal deixou no jogo.
Dinâmica de Portugal
Portugal entrou na partida assente num 4x3x3.
A defensiva foi composta por: Ricardo na baliza, Miguel e Nuno Valente nas laterais e R Carvalho e R Rocha na zona central. Com a inclusão de Petit como interior direito, Miguel parecia gozar de mais liberdade para subir, a verdade é que nunca o conseguiu fazer. Por outro lado, Nuno Valente pareceu sempre algo estático e muito lento.
No meio campo, á partida poderíamos estar perante uma selecção nacional com 2 pivots defensivos, mas não foi o que aconteceu.
Costinha jogou perto dos centrais (esteve francamente mal o numero 6 da selecção), com Petit e Deco a formarem a base de um triângulo. Petit apareceu com a missão de dar equilíbrio nas transições defensivas, apoiando nas dobras e auxiliando Costinha, sem contudo aparecer no terreno excessivamente recuado. No entanto, Petit não é um médio de transição e mais uma vez ficou bem patente a incompatibilidade com Costinha, uma vez que a equipa ficou “vazia” de ideias, sem qualquer capacidade de transição, obrigando Deco a jogar demasiadamente longe de Nuno Gomes, e com o luso-brasileiro a ter um grande desgaste na procura excessiva da bola em terrenos muito recuados.
O “mágico” Português, á partida, teria como função a organização do Futebol ofensivo Portugues, apoiando Nuno Gomes ou em alternativa arrastando as marcações para a ala esquerda abrindo espaço para o médio de transição aparecer vindo de trás, algo que Petit nunca conseguiu.
Na frente, Nuno Gomes apareceu sempre demasiadamente sozinho, perdendo-se no meio da defensiva polaca. Apesar das constantes movimentações e procura de bola, Nuno Gomes viu-se muito desapoiado ..o que lhe impossibilitou de fazer aquilo que melhor sabe, jogar em tabelas de costas para a baliza, e aparecer no espaço.
Simão na ala esquerda também não teve grande sucesso, tendo sido anulado com alguma facilidade pelo lateral polaco.
Na direita, Ronaldo foi uma sombra de si mesmo. Cabia-lhe a função de procurar desiquilibrios, quer aparecendo mais no apoio a Nuno Gomes, quer na procura de flanquear o jogo. A verdade é que o jogo não saiu bem ao jovem talento portugues, e a equipa nacional ressentiu-se de isso mesmo.
As mexidas
Scolari demorou a mexer na equipa.
A perder por 1-0 não seria lógica mudanças imediatas, mas logo a seguir ao segundo golo polaco exigia-se mexidas e acertos ..algo que Scolari nunca fez.
Demorou a analisar o jogo, e só ao intervalo procurou mudar.
E a primeira alteração demonstra de forma clara o arrependimento do seleccionador nacional em apostar em 2 jogadores (no miolo) de características quase exclusivamente defensivas.
Retirou o apagado e fora de forma Costinha, lançando Tiago.
Ora Petit recuou para trinco, com Tiago a aparecer como médio de transição, permitindo a Deco jogar mais á frente, num maior apoio ao ponta de lança e procurando as segundas bolas. Contudo salienta-se ,mais uma vez, a colocação de Deco. Pareceu sempre excessivamente posicionado á esquerda do meio campo nacional.
Por outro lado, Scolari pediu a Ronaldo um posicionamento mais interior de forma a aparecer como segundo ponta de lança sempre que possível.
Aos 67m a substituição esperada, natural..mas demasiadamente retardada.
Nani entra para o lugar de Petit, ocupando a ala direita.
Scolari altera o sistema táctico, apostando num 4x4x2 que se desdobrou diversas vezes num 4x2x4. Com Nani e Simão nas alas, Ronaldo junta-se a Nuno Gomes no centro do ataque, com Deco e Tiago a repartirem tarefas no meio campo.
Mas onde estão as rotinas de jogo neste sistema táctico? Onde estão as rotinas do plano B?
Aos 82 minutos, sai o fatigado e algo desinspirado Deco para dar lugar a Maniche. Foi a tentativa de refrescar o meio campo, sem grandes alterações estruturais significativas.
Conclusões
O discurso pouco ambicioso de Scolari ,antes da partida, acabou por se reflectir na forma como abordou o jogo.
Uma equipa receosa, com dificuldades nas transições ofensivas e sem qualquer tipo de ligação ao ponta de lança.
A falta de soluções também foi evidente, e fica patente o erro de Scolari em não ter chamado logo á partida um outro ala, e na ausência de Hugo Almeida por lesão …um outro avançado. É inconcebível Scolari contar apenas com uma solução ofensiva no banco de suplentes.
Por outro lado, as alterações tardaram e não foram as mais indicadas.
De qualquer forma, a “culpa não morre solteira”, uma vez que foi notório o sub rendimento de alguns atletas da selecção e a grande dependência da selecção na capacidade de transição de Maniche, que estranhamento foi apenas utilizado durante 10 minutos.
Portugal sai derrotado sem apelo nem agrado, e adivinha-se uma campanha de qualificação complicada.
8 anos depois, a selecção das quinas perde numa fase de qualificação.
Portugal deslocou-se á Polónia para defrontar a selecção local, e acabou batida sem apelo nem agrado, numa pálida exibição.
Scolari dizia antes da partida que um ponto seria bom.
A verdade é que as palavras de Scolari parecem ter afectado de forma nefasta a selecção nacional, que entrou nervosa e receosa.
Mesmo com uma Polónia inicialmente permissiva, Portugal não procurou controlar o jogo e no primeiro erro defensivo acaba por sofrer um golo. A partir daqui foi uma espécie de efeito de bola de neve, pois os jogadores precipitaram-se, o futebol colectivo não saiu e num segundo erro defensivo, novo golo Polaco.
Na 2ª parte, Portugal foi assumindo ,aos poucos, o jogo, mas com uma Polónia a consentir a posse de bola aos portugueses, procurando explorar com perigo o contra-ataque.
O golo de Nuno Gomes não apaga a péssima imagem que Portugal deixou no jogo.
Dinâmica de Portugal
Portugal entrou na partida assente num 4x3x3.
A defensiva foi composta por: Ricardo na baliza, Miguel e Nuno Valente nas laterais e R Carvalho e R Rocha na zona central. Com a inclusão de Petit como interior direito, Miguel parecia gozar de mais liberdade para subir, a verdade é que nunca o conseguiu fazer. Por outro lado, Nuno Valente pareceu sempre algo estático e muito lento.
No meio campo, á partida poderíamos estar perante uma selecção nacional com 2 pivots defensivos, mas não foi o que aconteceu.
Costinha jogou perto dos centrais (esteve francamente mal o numero 6 da selecção), com Petit e Deco a formarem a base de um triângulo. Petit apareceu com a missão de dar equilíbrio nas transições defensivas, apoiando nas dobras e auxiliando Costinha, sem contudo aparecer no terreno excessivamente recuado. No entanto, Petit não é um médio de transição e mais uma vez ficou bem patente a incompatibilidade com Costinha, uma vez que a equipa ficou “vazia” de ideias, sem qualquer capacidade de transição, obrigando Deco a jogar demasiadamente longe de Nuno Gomes, e com o luso-brasileiro a ter um grande desgaste na procura excessiva da bola em terrenos muito recuados.
O “mágico” Português, á partida, teria como função a organização do Futebol ofensivo Portugues, apoiando Nuno Gomes ou em alternativa arrastando as marcações para a ala esquerda abrindo espaço para o médio de transição aparecer vindo de trás, algo que Petit nunca conseguiu.
Na frente, Nuno Gomes apareceu sempre demasiadamente sozinho, perdendo-se no meio da defensiva polaca. Apesar das constantes movimentações e procura de bola, Nuno Gomes viu-se muito desapoiado ..o que lhe impossibilitou de fazer aquilo que melhor sabe, jogar em tabelas de costas para a baliza, e aparecer no espaço.
Simão na ala esquerda também não teve grande sucesso, tendo sido anulado com alguma facilidade pelo lateral polaco.
Na direita, Ronaldo foi uma sombra de si mesmo. Cabia-lhe a função de procurar desiquilibrios, quer aparecendo mais no apoio a Nuno Gomes, quer na procura de flanquear o jogo. A verdade é que o jogo não saiu bem ao jovem talento portugues, e a equipa nacional ressentiu-se de isso mesmo.
As mexidas
Scolari demorou a mexer na equipa.
A perder por 1-0 não seria lógica mudanças imediatas, mas logo a seguir ao segundo golo polaco exigia-se mexidas e acertos ..algo que Scolari nunca fez.
Demorou a analisar o jogo, e só ao intervalo procurou mudar.
E a primeira alteração demonstra de forma clara o arrependimento do seleccionador nacional em apostar em 2 jogadores (no miolo) de características quase exclusivamente defensivas.
Retirou o apagado e fora de forma Costinha, lançando Tiago.
Ora Petit recuou para trinco, com Tiago a aparecer como médio de transição, permitindo a Deco jogar mais á frente, num maior apoio ao ponta de lança e procurando as segundas bolas. Contudo salienta-se ,mais uma vez, a colocação de Deco. Pareceu sempre excessivamente posicionado á esquerda do meio campo nacional.
Por outro lado, Scolari pediu a Ronaldo um posicionamento mais interior de forma a aparecer como segundo ponta de lança sempre que possível.
Aos 67m a substituição esperada, natural..mas demasiadamente retardada.
Nani entra para o lugar de Petit, ocupando a ala direita.
Scolari altera o sistema táctico, apostando num 4x4x2 que se desdobrou diversas vezes num 4x2x4. Com Nani e Simão nas alas, Ronaldo junta-se a Nuno Gomes no centro do ataque, com Deco e Tiago a repartirem tarefas no meio campo.
Mas onde estão as rotinas de jogo neste sistema táctico? Onde estão as rotinas do plano B?
Aos 82 minutos, sai o fatigado e algo desinspirado Deco para dar lugar a Maniche. Foi a tentativa de refrescar o meio campo, sem grandes alterações estruturais significativas.
Conclusões
O discurso pouco ambicioso de Scolari ,antes da partida, acabou por se reflectir na forma como abordou o jogo.
Uma equipa receosa, com dificuldades nas transições ofensivas e sem qualquer tipo de ligação ao ponta de lança.
A falta de soluções também foi evidente, e fica patente o erro de Scolari em não ter chamado logo á partida um outro ala, e na ausência de Hugo Almeida por lesão …um outro avançado. É inconcebível Scolari contar apenas com uma solução ofensiva no banco de suplentes.
Por outro lado, as alterações tardaram e não foram as mais indicadas.
De qualquer forma, a “culpa não morre solteira”, uma vez que foi notório o sub rendimento de alguns atletas da selecção e a grande dependência da selecção na capacidade de transição de Maniche, que estranhamento foi apenas utilizado durante 10 minutos.
Portugal sai derrotado sem apelo nem agrado, e adivinha-se uma campanha de qualificação complicada.
8 anos depois, a selecção das quinas perde numa fase de qualificação.
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