Depois dos 7-1 de Alvalde, muitos outros jogos entre Benfica e Sporting foram disputados, mas nenhum com a importância e o resultado tão desiqulibrado como o de 14 de Maio de 1994. Este foi o jogo dos celébres 3-6, que, da mesma forma que Manuel Fernandes foi o alicerce dos 7-1, João Vieira Pinto ajudou a construir. Mas recuando um pouco, até ao início da época, para as hostes encarnadas este jogo e este resultado, têm ainda mais significado. O Sporting tinha uma excelente equipa nesse ano, assim como em anos anteríores, mas faltava-lhe o título, algo que já não alcançava desde a época de 81/82. Na equipa leonina, desde essa época, tinham surgido alguns bons valores, como Paulo Futre, Oceano, Carlos Xavier, Balakov, Ivkovic, aos quais se lhes juntaram, já na década de 90 e depois dos mundiais de sub-20 de Riade e Lisboa, jogadores como Figo, Paulo Torres, Capucho, Nelson, Cadete, entre outros. Mas o presidente da altura, Sousa Cintra achou que eram poucos, e quis juntar mais alguns. O Benfica começava, já desde os inícios dos anos 90, a demonstrar alguma difículdade financeira. Falava-se em salários em atraso, dívidas ao fisco e passívo a aumentar. Sousa Cintra, numa operação cirurgica, acabou por levar dois jogadores do Benfica para o Sporting, aproveitando estas dificuldades financeiras, com os jogadores, Pacheco e Paulo Sousa, a alegarem salários em atraso e a rescindirem os seus vículos com justa causa. Mas, o presidente encarnado da altura, Jorge de Brito, foi fundamental num aspecto. É que caso não tivesse intervido de uma forma célere, poderíam ter sido três os jogadores a abandonarem o clube. É que Jorge de Brito, foi resgatar aquele que durante vários anos foi a bandeira do futebol encarnado, João Vieira Pinto. Á semelhança do que aconteceu na já longinqua data de 1907, em que o Sporting oferecia banhos quentes e camisolas trocadas ao intervalo e conseguiu roubar oito jogadores, Sousa Cintra ofereceu melhores salários e conseguiu roubar dois. Mas, por ventura, não conseguiu atrair o jogador que mais lhe apetecia atrair. É que, se Paulo Sousa foi um jogador de bom nível no meio campo leonino, tendo depois sido bem vendido á Juventus, o mesmo não se pode dizer de Pacheco, que nunca consegiu assumir a importância que tinha no plantel encarnado. Jorge de Brito, então, teve que se deslocar a Marbella, onde Sousa Cintra tinha escondido o "Menino de Ouro" e voltou com ele, tendo o jogador sido fundamental nessa época, na conquista do último título, antes do longo jejum.
Mas a noite de 14 de Maio, até se prevía adversa para os encarnados. O Benfica tinha feito uma época mais ou menos razoavel, mas vinha a perder fulgor. Depois de vitórias concludentes sobre alguns clubes mais fracos, como o Famalicão que saíu vergado da Luz ao peso de uma derrota de 8-0, até ao facto de não ter perdido nenhum clássico até essa data, com um empate nas Antas logo na 1ª jornada do campeonato a 3 golos, tendo depois vencido na Luz, por 2-0 e tendo também já vencido o Sporting na Luz, também por 2-0, o certo é que chegava a esta fase da época, quando faltavam 5 jogos para o fim, apenas com um ponto de vantagem sobre o Sporting, devido ao empate cedido na jornada anterior frente ao Estrela da Amadora, enquanto que os leões tinham goleado o Beira-Mar, em Aveiro, por 0-4.
Durante essa semana, os jornais noticíavam uma derrota do Benfica, pois segundo eles, a equipa encarnada estava velha, o que contrastava com a juventude e irreverência do conjunto verde e branco, e também pelo desgaste que o jogo podería ter, pois no dia do encontro choveu com bastante intensidade, o que tornou o terreno pesado. Toda esta envolvência criou um excesso de confiança em tudo o que era Sporting, que até o speaker do estádio, antes do início do jogo, anunciou um prémio para o jogador do Sporting que marcasse... o 4º golo da noite. E por pouco não aconteceu. O que ninguém contava, era com o vendaval João Pinto.
Mas o jogo até começou bem para o Sporting, com Cadete a abrir o activo logo aos 8 minutos de jogo. Mas o festival João Pinto começou á passagem da meia hora, quando com um movimento de corpo a retira do caminho dois sportinguistas e a rematar sem hipoteses para Lemajic. Figo ainda voltou a dar vantagem aos leões, pouco depois, com um golo na pequena área, já quase dentro da baliza, na sequência da marcação de um lívre, mas depois ninguém mais conseguiu parar o grande artista. Dois minutos depois, João Pinto leva meia equipa leonina atrás e depois de tirar Vujacic da frente, bateu cruzado sem hipoteses mais uma vez para o guardião leonino. Ainda antes do intervalo, mais um golo de João Pinto, de cabeça, pôs o Benfica pela primeira vez em vantagem. Estava consumada a reviravolta, e tudo isto em 14 minutos. A saga de João Pinto continuou no segundo tempo, assistindo Isaias para os 4º e 5º golos do jogo. Só no sexto não teve participação directa. Balakov ainda atenuou a desvantagem a 10 minutos do fim, mas nada iría roubar a vitória ao Benfica, que arrancou decididamente para o título, agora com três pontos de vantagem sobre o segundo classificado. O Sporting acabou a época na 3ª posição sendo ainda ultrapassado pelo FC Porto, tendo o Benfica sido campeão com dois pontos de avanço sobre os azuis e brancos. João Pinto foi considerado pela crítica, como o melhor em campo, tendo inclusivé levado nota 10 do jornal A Bola, algo que ainda não tinha acontecido, nem voltou a acontecer. De referir que João Vieira Pinto entra na história dos classicos, por ser o único jogador encarnado a apontar um hattrick pelo Benfica em casa do Sporting desde 1908, ficando á frente de jogadores como Eusébio, José Águas, Arsénio, Rogério ou Nené. Depois deste jogo, o Benfica recebeu a União da Madeira e venceu por 1-0, indo festejar o título ao Norte, no jogo com o Gil Vicente, que o Benfica acabou por vencer por 0-3. Já campeões ainda receberam o Vit. Guimarães (empate a zero) e deslocaram-se ao Bessa (derrota por 1-0) para fechar o campeonato.
Fica aqui um vídeo do jogo. Infelizmente não consegui encontrar nenhum que contivesse também os golos do Sporting, por isso só verão os golos do Benfica.
Mas a noite de 14 de Maio, até se prevía adversa para os encarnados. O Benfica tinha feito uma época mais ou menos razoavel, mas vinha a perder fulgor. Depois de vitórias concludentes sobre alguns clubes mais fracos, como o Famalicão que saíu vergado da Luz ao peso de uma derrota de 8-0, até ao facto de não ter perdido nenhum clássico até essa data, com um empate nas Antas logo na 1ª jornada do campeonato a 3 golos, tendo depois vencido na Luz, por 2-0 e tendo também já vencido o Sporting na Luz, também por 2-0, o certo é que chegava a esta fase da época, quando faltavam 5 jogos para o fim, apenas com um ponto de vantagem sobre o Sporting, devido ao empate cedido na jornada anterior frente ao Estrela da Amadora, enquanto que os leões tinham goleado o Beira-Mar, em Aveiro, por 0-4.
Durante essa semana, os jornais noticíavam uma derrota do Benfica, pois segundo eles, a equipa encarnada estava velha, o que contrastava com a juventude e irreverência do conjunto verde e branco, e também pelo desgaste que o jogo podería ter, pois no dia do encontro choveu com bastante intensidade, o que tornou o terreno pesado. Toda esta envolvência criou um excesso de confiança em tudo o que era Sporting, que até o speaker do estádio, antes do início do jogo, anunciou um prémio para o jogador do Sporting que marcasse... o 4º golo da noite. E por pouco não aconteceu. O que ninguém contava, era com o vendaval João Pinto.
Mas o jogo até começou bem para o Sporting, com Cadete a abrir o activo logo aos 8 minutos de jogo. Mas o festival João Pinto começou á passagem da meia hora, quando com um movimento de corpo a retira do caminho dois sportinguistas e a rematar sem hipoteses para Lemajic. Figo ainda voltou a dar vantagem aos leões, pouco depois, com um golo na pequena área, já quase dentro da baliza, na sequência da marcação de um lívre, mas depois ninguém mais conseguiu parar o grande artista. Dois minutos depois, João Pinto leva meia equipa leonina atrás e depois de tirar Vujacic da frente, bateu cruzado sem hipoteses mais uma vez para o guardião leonino. Ainda antes do intervalo, mais um golo de João Pinto, de cabeça, pôs o Benfica pela primeira vez em vantagem. Estava consumada a reviravolta, e tudo isto em 14 minutos. A saga de João Pinto continuou no segundo tempo, assistindo Isaias para os 4º e 5º golos do jogo. Só no sexto não teve participação directa. Balakov ainda atenuou a desvantagem a 10 minutos do fim, mas nada iría roubar a vitória ao Benfica, que arrancou decididamente para o título, agora com três pontos de vantagem sobre o segundo classificado. O Sporting acabou a época na 3ª posição sendo ainda ultrapassado pelo FC Porto, tendo o Benfica sido campeão com dois pontos de avanço sobre os azuis e brancos. João Pinto foi considerado pela crítica, como o melhor em campo, tendo inclusivé levado nota 10 do jornal A Bola, algo que ainda não tinha acontecido, nem voltou a acontecer. De referir que João Vieira Pinto entra na história dos classicos, por ser o único jogador encarnado a apontar um hattrick pelo Benfica em casa do Sporting desde 1908, ficando á frente de jogadores como Eusébio, José Águas, Arsénio, Rogério ou Nené. Depois deste jogo, o Benfica recebeu a União da Madeira e venceu por 1-0, indo festejar o título ao Norte, no jogo com o Gil Vicente, que o Benfica acabou por vencer por 0-3. Já campeões ainda receberam o Vit. Guimarães (empate a zero) e deslocaram-se ao Bessa (derrota por 1-0) para fechar o campeonato.
Fica aqui um vídeo do jogo. Infelizmente não consegui encontrar nenhum que contivesse também os golos do Sporting, por isso só verão os golos do Benfica.
3 comentários:
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João Pinto não foi o único jogador a ser pontuado com a nota "10" do Jornal "ABola".
Miki Fehér no jogo em que faleceu, também recebeu a nota "10" atribuída pelo mesmo jornal ...
O resultado do jogo da 1º volta na Luz foi 2-1 e não 2-0.
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