2 de abril de 2007

SL Benfica 1-1 FC Porto

Estádio: Estádio da Luz
Espectadores: 62.756
Árbitro: Pedro Proença

SL Benfica: Quim, Nelson, David Luiz, Anderson e Léo, Petit, Katsouranis, Karagounis e Simão, Nuno Gomes e Miccoli
Treinador: Fernando Santos. Jogaram ainda: Rui Costa, Dérlei e Mantorras.

FC Porto: Helton, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Fucile, Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho Gonzales e Jorginho, Quaresma e Adriano.
Treinador: Jesualdo Ferreira. Jogaram ainda: Marek Cech, Renteria e Anderson.


O jogo do título afinal deixou tudo na mesma, mas agora com vantagem para o FC Porto. O Benfica não fez aquilo que costuma fazer nos jogos em casa, e teve que se contentar com o empate.

Jesualdo Ferreira apostou num 4x4x2 em losango, apostando na entrada de Jorginho para jogar na posição de dez, no vértice mais adinatado do meio campo portista. Adriano foi o ponta de lança e quaresma deambulou pelo terreno de jogo. Bosingwa voltou ao onze e á lateral direita, o que fez com que Fucile voltasse a esquerda. Do lado do Benfica, a única dúvida era Quim que acabou por ocupar a baliza.
O jogo começou com as equipas a estudarem-se, num início de jogo bastante táctico, e com as equipas a encaixarem uma na outra fruto da utilização do mesmo esquema de jogo.
O primeiro remate surgiu para o Benfica, logo aos 2 minutos de jogo, mas o pontapé de Miccoli acabou por sair á figura de Helton. A inclusão de Jorginho no onze, por parte de Jesualdo Ferreira, fez com que o FC Porto jogasse mais compacto e pressionasse mais os jogadores mais defensívos do Benfica, neste particular tapando as saidas de Petit, que durante a primeira parte não conseguiu sair a jogar nem libertar-se para aparecer na zona de remate.
Esse domínio consentido por parte do Benfica originou a primeira situação de perígo a favor do FC Porto, logo aos quinze minutos, com Lucho Gonzales a assistir primorosamente Adriano, num passe a rasgar a defesa benfiquista, com o avançado a não conseguir ludibriar Quim, que saiu aos pés do jogador evitando assim males maiores para a sua baliza. O Benfica não conseguiu nestes primeiros 45 minutos de jogo exercer a pressão que habitualmente exerce sobre os adversários e isso foi bastante notório, pois raramente chegou com futebol jogado á baliza de Helton, muito por culpa também da desinspiração de Simão, que não conseguiu libertar-se da marcação que Paulo Assunção lhe moveu. Nelson também não esteve bem neste jogo, pois cada vez que conseguia ganhar a linha, os seus cruzamentos acabavam por não criar qualquer perígo para a baliza portista. O FC Porto, com mais homens do que o habitual no meio campo, foi ganhando esse sector, o que proporcionou o dominío exercido. Neste particular, o mau momento de forma pelo qual Katsouranis está a passar, deu forte contributo para esse dominío. O regresso de Bosingwa também foi fundamentla, pois o lateral direito do FC Porto sobe muito e bem, o que fez com que Léo não subisse tanto nos primeiros 45 minutos.
O Benfica apenas a espaços consegui chegar perto da baliza de helton, mas o remate final não saía com a precisão necessária. O lance mais perigoso para o Benfica, aconteceu ao minuto 37, após uma falta de Jorginho sobre Miccoli, mesmo á entrada da área, que valeu o cartão amarelo para o jogador do FC Porto. Na sequência do lívre, Petit atirou uma primeira vez contra a barreira portista, e na recarga a bola passou um nada ao lado da baliza de Helton.
E a quatro minutos do intervalo, o FC Porto chega ao golo na marcação de um lívre. A jogada começa numa incurssão de Fucile pela esquerda do ataque portista, e Katsouranis acaba por fazer falta sobre o jogador. Na marcação da falta, Quaresma bateu a bola e Pepe apareceu ao segundo poste, lívre de marcação a cabecear para o fundo das redes de Quim. Explosão de alegría dos mais de 3 mil adeptos portistas presentes na Luz, que festejaram o golo arrancando cadeiras e atirando-as para o nível mais baixo do estádio, onde estavam adeptos os encarnados.
O Benfica tentou responder, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Simão, que Helton desviou com alguma dificuldade para canto.

Após o intervalo, Fernando Santos fez uma alteração, deixando Katsouranis no balneareo e fez entrar Rui Costa. Esta alteração revelou-se fundamental, pois o Benfica entrou no segundo tempo mais rápido e a pressionar mais os jogadores do FC Porto, algo que não tinha feito no primeiro tempo. E o primeiro lance de algum perígo para Helton, não se fez esperar, com Nuno Gomes a receber uma bola de Karagounis, que foi um dos melhores jogadores do Benfica no miolo do terreno, e depois a rematar para defesa algo difícil de Helton, que teve que se aplicar e atirou para canto. O FC Porto tentou responder, mas a equipa benfiquista estava mais compacta, com a defesa a subir e a defender mais longe da sua área. Ao minuto 50, Miccoli cabeceou á figura de Helton, num lance conduzido por Léo.
O FC Porto, apenas conseguiu chegar perto da baliza encarnada ao minuto 56, com Jorginho a servir Adriano, mas este a chegar atrasado, acabando a bola por se perder pela linha de fundo.
Ao minuto 58 uma contrariedade para Jesualdo Ferreira. Karagounis tentava fugir a Raul Meireles, que faz falta sobre o jogador encarnado. Do lance resultou a lesão do centrocampista dp FC Porto, que além de ter seido admoestado pelo juiz da partida, teve que abandonar o terreno de jogo, sendo substituido por Marek Cech. Na sequência deste lance, Lucho Gonzales viu o cartão amarelo, por ter insistido com o árbitro da partida para que asubstituição se realiza-se antes da marcação do lívre. Inicialmente Pedro Proença não ia permitir essa situação, mas depois acabou por dar autorização. Do lívre, Simão atirou forte, mas Helton defendeu com segurança. Notava-se algum nervosismo nos jogadores do FC Porto, e isso foi notório na reacção de Lucho antes do lívre.
O Benfica continou a pressionar, e Karagounis viu bem a desmarcação de Rui Costa na esquerda do ataque benfiquista e deu-lhe a bola. O maestro trabalhou bem e rematou com algum perígo ás malhas laterais da baliza de Helton. Pedro Proença deu mal, pontapé de canto. O FC Porto tentou reequilibrar um pouco o sentido do jogo, e dispôs de duas boas ocasiões aos 65 minutos e aos 68 minutos de jogo. Na primeira, Jorginho claramente já em esforço, ainda consegue fugir a Léo, mas o remate á entrada da área saiu frouxo e torto. Na segunda foi Lucho Gonzales que conseguiu antecipar-se a Nelson, após cruzamento de Quaresma, e já perto da linha de pequena área, rematou por cima da baliza de Quim. Era o melhor período do FC Porto, que ainda criou algum perigo num canto apontado por Quaresma, mas Quim afastou a bola da cabeça de Pepe com uma sapatada.
O Benfica voltou a chamar a sí o dominío do jogo, e Miccoli teve nos pés a grande oportunidade do segundo tempo. Simão ganhou bem a Fucile e cruzou para a área, com Helton a afastar a bola com uma sapatada, esta sobrou para Petit que tentou o remate, mas este saiu-lhe mal e Miccoli, sozinho no centro da área, não conseguiu fazer o remate tendo chutado na atmosfera.
Fernando Santos faz então a segunda alteração na equipa, retirando Nuno Gomes e fazendo entrar Dérlei, tentando dar mais velocidade ao ataque encarnado. Jesualdo responde, retirando o esgotado Jorginho e fazendo entrar para o seu lugar, Renteria.


Mas já dentro dos últimos dez minutos da partida, o Benfica chega ao golo. Fucile faz falta sobre Simão, quando este já lhe fugia mais uma vez pela esquerda da defesa portista. Do lívre, David Luiz aparece a cabecear e a bola embate no poste, tendo ressaltado no peito de Lucho antes de entrar na baliza do impotente Helton. Estava reestabelecida a igualdade, diga-se com justiça, por tudo aquilo que o Benfica fez no segundo tempo. Fernando Santos apostou tudo e retirou minutos depois Miccoli fazendo entrar Mantorras. O angolano já nos descontos dispôs de uma excelente oportunidade para marcar, depois de uma excelente jogada de Karagounis, mas o cabeceamento do avançado benfiquista foi bem defendido por Helton para canto. Do canto, Rui Costa rematou muito por cima. A última jogada da partida podería ter dado golo para o FC Porto. Já com Anderson em campo, Lucho desmarcou Renteria que em antecipação a defesa do Benfica, conseguiu já em esforço desviar a bola de Quim, mas esta saiu ao lado do poste da baliza encarnada. O jogo chegou ao fim momentos depois, com o empate a ser um amargo de boca para os encarnados, que já não depende de sí próprios para chegarem ao título. Este resultado acaba por se ajustar, embora não fôsse nenhum escandalo o Benfica ter ganho, por tudo aquilo que fez no segundo tempo.

O Melhor em Campo.

Há vários jogadores a serem destacados:

* Helton. Depois de estar em dúvida para o jogo de ontém, Helton acabou por jogar e ser fundamental em algumas intervenções que teve ao longo dos 90 minutos. Particularmente seguro e bem a sair aos cruzamentos dos jogadores encarnados, não teve culpas no golo sofrido, pois nada podia fazer. foi fundamental nos momentos finais quando o Benfica exerceu mais pressão.

* Pepe. Fundamental na defesa portista. Também ele esteve em dúvida para este jogo, devido a um toque sofrido no jogo frente ao sporting, mas recuperou e fez exibição soberba, não permitindo espaços aos jogadores encarnados. Muito bem no lance do golo, desmarcando-se bem a aparecendo decidido ao segundo poste, num movimento habitual do jogador.

* Karagounis. Foi o melhor jogador do meio campo encarnado. Por ele o Benfica não tinha empatado esta partida. Sempre bem na procura dos espaços, leu bem o jogo e assistiu bem alguns dos seus companheiros nos lances mais perigosos do segundo tempo. Está em clara melhoría, face ao seu compatriota Katsouranis.

* David Luiz. Depois desta exibição, penso que será difícil retirar o jogador do onze quando Luisão voltar. Seguro a defender e decidido a atacar, não foram raras as vezes que apareceu na área do FC Porto, ou que iniciou lances de ataque dos encarnados. Faz lembrar e bem Ricardo Carvalho neste capítulo. Procura o primeiro golo com a camisa do Benfica desde o primeiro jogo que fez, e ontém festejou o autogolo de Lucho, como se de um golo dele se tratasse. E de facto acaba por ser merecido, pois foi dele o cabeceamento ao poste da baliza de Helton. Um bom valor que vale a pena manter no plantel.

* Rui Costa. Não pelo que produziu, pois não foi muito, apenas um remate perigoso ás malhas laterais da baliza de Helton, mas pela velocidade que imprimiu a sua entrada. Coincidência ou não, após o intervalo o Benfica foi mais rápido e mais perigoso. E isso também se deve á sua presença.

O Positivo do Jogo.

* O enorme fair play verificado no terreno de jogo, algo que não se viu nas bancadas, principalmente no espaço reservado aos apoiantes do FC Porto. Não houve quezilias, embora algumas entradas inicíais mais duras de alguns jogadores, pudessem vaticinar o contrário. Não houve nenhuma expulsão e nenhum caso polémico, o que acaba por ser positivo para um excelente jogo de futebol.

* O facto de o Benfica continuar invencivel no Estádio da Luz.

O Negativo do Jogo.

* A entrada do conjunto benfiquista. Não foi a entrada normal do conjunto encarnado, que não pressionou e permitiu ao FC Porto dominar toda a primeira parte.

* O lance do golo portista. Desconcentração total dos centrais do Benfica. Pepe numa primeira instância estava a ser marcado por Anderson, mas depois o central deixou o jogador portista sozinho, na repetição do lívre. David Luiz tinha na mesma zona, Pepe e Bruno Alves e acabou por deixar o autor do golo do FC Porto sozinho e á vontade para cabecear para o golo.

* A atitudo dos adeptos do FC Porto. Estas criaturas já nos habituaram a coisas ordinárias, mas rebentar petardos no meio dos adeptos do Benfica, onde estão mulheres e crianças, não lembra ninguém. Foram dez, os engenhos que rebentaram, e torna-se incompreensivel, como é que num jogo de alta segurança, é permitida a entrada deste tipo de coisas, mesmo depois de minunciosas revistas á entrada do estádio, como foi dito por fonte da segurança.

* A ideia da direcção benfiquista. Sem desculpar a atitude dos apoiantes do FC Porto, a ideia da direcção de os colocar num plano súperior aos adeptos do Benfica, não foi a melhor. Já se sabe da rivalidade exacerbada entre os adeptos dos dois clubes e já se sabe da qualidade daqueles adeptos do FC Porto, logo, acabou por ser imprudente, coloca-los onde foram colocados.
O Á rbitro.

Pedro Proença não teve uma arbitragem brilhante. Embora sem casos que tivessem influência no resultado, esteve mal na apreciação de alguns lances e teve uma certa dualidade de critérios, principlamente nos primeirs 5 minutos, quando Bruno Alves é admoestado e bem, por entrada dura sobre Simão, mas depois não tem o mesmo critério numa entrada dura de Simão sobre Adriano no minuto a seguir. Deixou jogar, não apitando a qualquer queda, mas faltaram mais alguns cartões para jogadores do Benfica. Bem no lance em que Nelson fica a reclamar grande penalidade, por suposta mão de Quaresma. Não há mão do jogador portista.

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