21 de fevereiro de 2008

Nuremberga 2-2 SL Benfica

Estádio: Frankenstadion
Árbitro: Ivan Bebek (Croacia)
Espectadores: 44.000


Nuremberga: Blazek, Reinhardt, Glauber, Wolf e Pinola, Mnari, Galasek, Saenko e Engelhardt, Koller e Charisteas.
Treinador: Thomas Von Heessen. Jogaram ainda: Abardonado

SL Benfica: Quim, Luis Filipe, Luisão, Edcarlos e Léo, Petit, Katsouranis, Rui Costa, Maxi Pereira e Nuno Assis, Makukula
Treinador: José António Camacho. Jogaram ainda: Sepsi, Cardozo e Dí Maria.


Do céu ao inferno e depois... novamente ao céu. Mais uma exibição sofrida, mediocre e sem nada que a coadune com o futebol que o Benfica pode, deve e sabe jogar. Salva-se a passagem aos oitavos de final, em claro perjuizo da equipa da casa.

Ser sócio, adepto ou simples simpatizante do Benfica, não está facil nos tempos que correm. A equipa não joga, não mostra fio de jogo, não mostra sobretudo garra para disputar um único jogo que seja, de algum tempo a esta parte. Hoje em Nuremberga, perante uma equipa claramente inferior em todos os sentidos, o Benfica inferiorizou-se a sí próprio, pondo os cabelos em pé ao mais calmo adepto encarnado.
Mas a equipa de Camacho até entrou bem na partida. O treinador espanhol operou algumas substituições no onze que defrontou os alemães na Luz, apresentando Luis Filipe na direita, Edcarlos no Lugar de Katsouranis que voltou ao miolo do terreno e deixou Cardozo no banco jogando apenas com um avançado, no caso Makukula. Do lado do Nurenberga, Von Heesen jogou com as duas torres, Koller e Charisteas, ocupando Mnari a posição de trinco, ao lado de Galasek. Portanto, invertiam-se os papeis, em relação ao jogo da Luz. O Benfica, como disse, entrou melhor, mas foi sol de pouca dura. Apenas 15 minutos de algum futebol, com a primeira oportunidade da partida a pertencer a Maxi Pereira, que fez exibição para esquecer. Aos 3 minutos, Léo encontrou um buraco nas pernas de Reinhardt e cruzou para a área, onde um corte deficiente de Glauber pôs a bola nos pés do uruguaio, que atirou para as bancadas.
O Nurenberga, aos poucos foi assumindo a partida, mercê da descoberta de uma autêntica via verde na ala direita encarnada, onde Luis Filipe voltou a estar francamente mal. Alí, é certo, cairam Engelhardt e por vezes Saenko, os dois jogadores mais tecnicistas dos da casa. Luís Filipe foi fazendo o que podía, mas isso acabou por ser sempre pouco comparado com aquilo que devería fazer. O Nurenberga, apostado no futebol mais directo, na procura de desiquilibrios por parte de Koller ou de Charisteas, mais móveis que Cardozo e Makukula no primeiro jogo, foram criando algumas situações perigosas, assistindo-se um ao outro, tendo neste campo o grego, a melhor oportunidade de golo pouco depois do minuto 30, rodando com toda a facilidade sobre Luís Filipe, quem mais, e valendo no caso Edcarlos a dar o corpo á bola.
O Benfica, nem sequer tentou explorar as enormes fragilidades da defesa da casa, pois o seu futebol jogado a passo e sem fio condutor, não deu para mais. Ainda assim, sería Katsouranis a dispôr da melhor ocasião, já perto do intervalo, depois de Nuno Assis ter ganho a bola num desentendimento de Wolf e Glauber, mas o remate acabou ao lado. Antes do intervalo, tempo ainda para Engelhardt massacrar mais uma vez Luís Filipe e oferecer o golo a Saenko, negado por Quim.
Após o reatamento, apenas a equipa do Nuremberga subiu ao relvado, tendo a equipa encarnada ficado nas cabines. Só assim se explica tamanhas facilidades concedidas nos primeiros 25 minutos do período complementar. Aos 58 minutos, Charisteas inaugurou o marcador, depois de mais um deficiente posicionamento da defesa do Benfica, a permitir tudo aquilo que os avançados da casa quiseram fazer, com Koller a assistir o grego para o primeiro golo do jogo.
O Benfica sentiu o golo e logo de seguida, Luís Filipe, quem mais, ofereceu o golo a Saenko. Jogada algo estranha por parte da defesa encarnada, que não quis tirar a bola daquela zona, com o pobre defesa direito a entregar de bandeja a bola ao russo, que apenas teve que contornar Quim para fazer o segundo da partida e virar a eliminatória. Antés disso, Pinola deixou o aviso, com um remate a 25 metros da baliza de Quim, que bateu com estrondo no poste.
Camacho mexeu, e retirou Edcarlos e o pobre Maxi Pereira, fazendo entrar Sepsi e Cardozo, passando Katsouranis para o eixo defensivo, o romeno a jogar no lugar de Nuno Assis e o português para a direita do ataque. O Benfica esboçou uma reacção, algo atabalhoada, mostrando todas as carências deste plantel. Cardozo foi assistido por Sepsi pouco depois de ter entrado, isolando-se perante Blazek, mas atirou ao lado da baliza. A dez minutos do fim Camacho esgotou as substituições, lançando Dí Maria (muito tarde), no lugar de Nuno Assis. Logo o argentino visou a baliza de Blazek, mas sem perígo. O melhor estava guardado para o fim. Num livre inofensivo, a punir falta de Pinola sobre Cardozo, surgiu o golo que colocava os encarnados na fase seguinte. O lívre é apontado por Rui Costa, no meio da confusão a bola sobra para Cardozo, que de fora da área bateu Blazek, que mais uma vez ficou mal na foto embora possa não ter visto a bola partir. Era o balde de água fria no Frankenstadion. O Nurenberga ainda tentou forçar o ataque com bolas longas, mas sería o Benfica a chegar á igualdade numa jogada em que a defesa foi apanhada em contrapé com a bola a surgir nos pés de Dí Maria, que correu meio campo, driblou Blazek e sentênciou o jogo.
Como nota final, quero apenas destacar a total injustiça do resultado, tendo em conta a exibição fraquíssima que o Benfica apresentou. Embora o conjunto alemão seja teoricamente mais fraco, mostrou mais argumentos a jogar com dois pontas de lanças altos, algo que o Benfica não sabe nem consegue potenciar. Com este resultado, os encarnados defrontarão agora Getafe nos oitavos de final da prova.

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