16 de novembro de 2006

Portugal 3-0 Cazaquistão

Estádio: Cidade de Coimbra
Espectadores: 30.075
Arbitro: René Rogalla (Suíça)


Portugal: Ricardo, Miguel, Tonel, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira, Raúl Meireles, Tiago e Deco, Cristiano Ronaldo, Simão e Nuno Gomes
Treinador: Luiz Felipe Scolari Jogaram ainda: Quaresma, Carlos Martins e Jorge Andrade

Cazaquistão: Loriya, Azovskiy, Kuchma, Zhalmagambetov e Smakov, Sergiyenko, Travin Khokhlov e Zhumaskaliyev, Baltiyev e Byakov
Treinador: Arno Pijpers Jogaram ainda: Larin


No jogo que marcou a estreia de dois novos jogadores e o regresso de Jorge Andrade, após paragem prolongada, esperava-se um resultado mais condizente com o nível das duas equipas, mas Nuno Gomes esteve particularmente mal na finalização, e o resultado ficou-se pelos 3-0.

Portugal não é obrigado a golear em todos os jogos. Mas também não se pode falhar tantas oportunidades quantas aquelas que o jogador português fez questão de falhar. Nuno Gomes esteve numa noite particularmente desinspirada e isso reflectiu-se nas jogadas em que esteve à beira do golo e acabaria por não concretizar.
Portugal, apesar dos novos jogadores, continuou e jogar em 4x3x3. Scolari promoveu Tonel e Raul Meireles a titulares, nos lugares de Ricardo Rocha e Costinha, respectivamente. Embora este não seja o jogo ideal para tirar muitas conclusões sobre os estreantes, o certo é que estiveram bem sempre que foram chamados a intervir. Na ausência de Nuno Valente, e de Caneira, devido a lesão, Paulo Ferreira foi deslocado para a esquerda da defesa. Tiago foi titular ao lado de Deco e também esteve bem, principalmente a ganhar bolas e a servir os companheiros mais adiantados.
O jogo teve só um sentido, pois o único que o Cazaquistão queria levar de Portugal era o menor número de golos possiveis, até porque a equipa já não sofria mais de dois golos, a alguns jogos. Então a estratégia adoptada foi a de defesa, e não admirou que Portugal chegasse cedo ao golo. Passe de Tiago a desmarcar Simão, o jogador entra na area e desfere forte remate cruzado, com o guardião Loriya a ficar mal na fotografia. Redimiria-se depois com duas excelentes defesas a evitar mais dois golos. Mas como apenas Portugal tinha intenções atacantes, ninguem ficou admirado com o segundo golo português, da autoria de Cristiano Ronaldo, o melhor golo da noite. Depois de mais um passe de Tiago, Ronaldo avançou com a bola controlada, passou por dois defesas cazaques e a entrada da area rematou sem nenhuma hipotese para Loriya. Era a explosão de alegria no banco português e nas bancadas do Municipal, que estava practicamente cheio. A partir deste momento, Portugal começou a controlar o jogo e a gerir o esforço, e então começou o festival de perdidas de Nuno Gomes. Primeiro a passe de Cristiano Ronaldo, o capitão tentou colocar tanto a bola, que acabou por coloca-la fora da baliza e na segunda hipotese, depois de magistralmente isolado por Tiago, acabaria por permitir a defesa do guarda redes do Cazaquistão. O intervalo chegaria pouco depois com os números favoraveis em todos os sentidos aos portuguêses: 12 remates contra apenas 1, 6 cantos contra nenhum dos cazaques e a posse de bola a rondar os 70%.

No reatamento, as equipas subiram iguais. E o jogo foi practicamente um passar o tempo para os portuguêses. Minutos depois do reinício, começaram as substituições. Quaresma e Carlos Martins renderam Ronaldo e Deco e o jogador do FC Porto acrescentou mais motivos de interesse a um jogo sensaborão, que devido à falta de entusiasmo mostrada pelo adversário, acabaria por tirar entusiasmo e vontade ao futebol português. Quaresma teria uma excelente oportunidade para marcar minutos depois de ter entrado, ao efectuar um remate de trivela, já de ângulo algo reduzido, com a bola a passar pertissímo do poste de Loriya. Mais tarde Carlos Martins também ofereceu o golo a Nuno Gomes, depois de um bom centro ao qual o avançado correspondeu com um gesto de cabeça quase perfeito, pois a bola acabaria por se perder, mais uma vez, junto ao poste da baliza do Cazaquistão. Noite não de Nuno Gomes em termos de finalização, que podeira ter dado outra expressão ao resultado.
A dez minutos do fim, Jorge Andrade substituiu Tonel e regressou aos jogos pela selecção, depois de ausência prolongada, devido a lesão.
Já no fim da partida, Simão iria bisar, na sequência de um canto apontado por Ricardo Quaresma, e após um primeiro remate de Ricardo Carvalho, com Loriya a defender como pôde, a bola acabaria por sobrar para o extremo, que só teve que empurrar para o fundo das redes. Até ao fim nada de mais a apontar e com este resultado, Portugal soma mais uma vitória, e alcança a 13ª vitória consecutiva em jogos de qualificação, em casa.

O Melhor em Campo

* Cristiano Ronaldo. Esteve bastante activo e demonstrou que as preocupações de Queiroz e Ferguson chegaram a ser excessivas. Marcou um grande golo, a bola parecia ter olhos, e confirma o bom início de época. Desmarcou Nuno Gomes para uma das oportunidades falhadas pelo avançado e marcou dois ou três livres perigosos.
* Simão. Com este bís ao Cazaquistão, o extremo atige os 12 golos pela Selecção Nacional, e curiosamente, 25% dos golos marcados por Simão ao serviço de Portugal foram contra a equipa cazaque. Esteve particularmente activo e foi dos mais esclarecidos, à semelhança do que já tinha acontecido frente à Polónia. Raramente perdeu a bola e sempre criou perigo, cada vez que a tinha nos pés. Está a subir de forma.

O Positivo do jogo

Apesar de se esperar mais, a vitória é importante, depois do último encontro ter acabado em derrota. Era necessário vencer, pois não se pode perder mais terreno para os principais adversários, a Finlândia e a Polónia, que também venceram ontem.

O Negativo do jogo

As oportunidades falhadas por Nuno Gomes. Não se pode falhar oportunidades gritantes de golo, como aquelas que o atacante português falhou ontem, principalmente as duas perto do intervalo em que surge isolado frente a Loriya.

O Arbitro

Nada a apontar. Esteve sempre perto dos lances e acabou por passar despercebido duarante grande parte do jogo.

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