26 de agosto de 2014

A formação como forma de sustentabilidade dos clubes - Artigo de opinião de Óscar Nogueira

Óscar Nogueira acredita que os clubes têem que apostar mais na formação

Cada vez mais se torna importante a formação nos clubes devido á situação socio-económica em que nos encontramos.
Se por um lado há clubes que, levianamente, vêm a formação como uma forma de entrar dinheiro para sustentar despesas do mesmo há outros que, além de fonte de receita, exigem resultados sem se preocuparem com as condições e qualidade que dão aos miúdos, com técnicos pouco habilitados para essa exigente e cuidadosa tarefa. Mas, felizmente, também existem as boas excepções que sabem lidar e trabalhar com uma verdadeira formação de homens/jogadores e do próprio  clube!

Podemos analisar, por uma parte simples e visão superficial, algumas vantagens de uma boa formação.
Se houver trabalho sustentável com um crescimento qualitativo dos miúdos nos aspectos técnico/táctico, acompanhado do desenvolvimento físico, sem esquecer da evolução comportamental enquanto atleta e sem descurar a parte social, teremos certamente resultados positivos e uma matéria de alimentação ao futebol sénior do clube e, quem sabe, se a transferência de algum talento extra que muito ajudaria financeiramente. Juntamente a estas vantagens desportivas também podemos acrescentar a aproximação dos familiares e amigos desses mesmos atletas, criados e bem tratados no clube como apoiantes/sócios para valorizar e acrescentar o clube.

Quando não há o mínimo de cuidado, preocupação, acompanhamento e qualidade não se pode exigir nem esperar resultados positivos, tendo como solução única todos os anos procurar fora opções para equilibrar o seu próprio futebol sénior, ficando certamente mais caro e, talvez, menos identificados com os próprios associados que não vêem ninguém da "terra" a desenvolver dentro de portas!

Resumidamente, para termos óptimos resultados, temos de investir, criar, acompanhar e profissionalizar toda a "máquina" de realizar fonte de riqueza para o clube cuidadosamente. Quando não existe organização, dedicação, cuidado e acompanhamento, certamente nunca haverá sucesso nem crescimento qualitativo do jogador e, muito menos, do clube!

Nós, treinadores de futebol sénior, temos de ter esta realidade sempre presente, para ajudar a abrir portas á continuidade desse crescimento qualitativo, e sendo um suporte á formação dos planteis, proporcionando experiencia e maturidade a esses novos talentos que terão aí o melhor exame para o sucesso.
Começa a ser preponderante saber trabalhar a formação dos clubes e deixar de ver somente formação nos clubes!

Óscar Nogueira

2 comentários:

Anónimo disse...

Falar assim é bonito mas na pratica não é bem assim. Por isso é que em Grijo não destes oportunidades a vários jogadores que mereciam as suas oportunidades nos seniores depois de 10 anos de formação e de muito terem ajudado o clube a ganhar coisas bonitas nos escalões de formação.
Preferiste ir buscar pessoal a Valongo, Canidelo, maia enfim. destes tacho a muitos que mais tarde te fizeram a cama. querias que muitos te viessem contar o que se passava no balneário, mas esses que te contavam as coisas eram os que incendiavam. Enfim as ideias são muito bonitas, mas é preciso por em pratica. Podias ter outro sucesso se fosses mais verdadeiro.
Abraço Óscar

Prof José Manuel disse...

Escrever sobre Formacao em Portugal daria com certeza para muitas paginas.
Abordo apenas algumas questões que me parecem pertinentes:
Quem são os técnicos qualificados que trabalham na formacao?!
Que filosofia esta presente na formacao dos Clubes que formam?!
Não deveriam os dirigentes também ter formacao sempre actualizada acerca deste e de outros temas?!
Parece-me que a parte financeira prevalece a todas as outras.