21 de março de 2006

Novas rubricas

Esta semana vou lançar aqui no blog, algumas coisas novas. Vou começar por nomear depois do fim da jornada futebolistica, a equipa que para mim foi a melhor, o treinador mais audaz e o jogador que mais importancia teve. No fundo será o Equipa da Semana, o Treinador da Semana e o Jogador da Semana.


Equipa da Semana





Esta jornada, escolhi a equipa da Naval 1º de Maio, como equipa da semana. Poderia ter escolhido o FC Porto ou o Sporting, por ter alcançado novo maximo de vitórias consecutivas, mas acho que a Naval merece este primeiro destaque, pela boa campanha que vem a realizar de à 4 jogos a esta parte.

Um pouco de história.....

A Naval 1º de Maio foi fundada em 1893, precisamente no dia 1 de Maio, sucedendo a extinta Associação Naval Figueirense e alem do futebol, o clude alberga outras modalidades como o basquetebol, remo e tiro. Tem como palmarés mais importante 7 presenças na II Liga/Divisão de Honrra, tendo alcançado como melhor registo a 2ª posição em 04/05, o que lhe deu direito à subida ao escalão maximo do nosso futebol, esta época. Antes disso, a Naval esteve quase a subir, foi na época 02/03, pela mão de Alvaro Magalhães, mas acabou por ficar na quarta posição, atrás do Estrela da Amadora. Nessa época o ponto alto, foi a eliminação do Sporting, em pleno Estádio José de Alvalade, nos Quartos de Final da Taça de Portugal, o que lhe valeu a passagem as Meias Finas da competição, melhor registo do clube na prova.
Na época passada, a Naval passou por alguma turbulência no início da temporada. Guto Ferreira, que tinha transitado da época 03/04, com pouco crédito, fruto do 7º lugar alcançado, quando o objectivo eram os três primeiros lugares, foi sustituido à 2ª jornada após uma derrota com a Ovarense. Fernando Mira, orientaria a equipa apenas um jogo, frente ao Olhanense, para depois ceder o seu lugar ao obreiro da subida de divisão, Rogério Gonçalves. Assim que tomou conta da equipa, esta transfigurou-se e atingiu 9 jogos sem perder, fruto de 5 vitórias e 4 empates. Só a 13ª jornada conheceria novamente o sabor da derrota, frente ao Estrela da Amadora. Depois de um periodo de alguma intermitência, a segunda volta confirmou a equipa como candidata à subida. A Naval efectou os 17 jogos com um saldo de 8 vitórias 7 empates e apenas 2 derrotas, estabelecendo novo máximo, com 15 jogos sem perder, tendo as derrotas acontecido na 18ª jornada com o Desp. Aves e depois apenas na última ronda, com o Santa Clara. Os melhores marcadores dessa época foram Fajardo e Leandro Tatu com 10 golos cada e Basílio com 9.

Esta época....



Para esta época a Naval teve poucas hipóteses de mexer-se no mercado, fruto dos poucos recursos finaceiros de que o clube dispunha e de uma batalha com a Camâra da Figueira da Foz, pela remodelação do Municipal José Bento Pessoa, casa dos figueirenses. Da época anterior, sairam 23 jogadores, de entre os quais Leandro Tatu e Basílio e entrado apenas 9 jogadores novos e um júnior que foi promovido. Do plantel que iniciou a época, os jogadores com experiência de I Liga, eram Bessa com 133 jogos, seguido de Lito com 63, Gilmar com 55, Glauber com 52, Nelson Veiga com 32, Saulo com 28 e Fajardo com apenas 9 jogos na I Liga.
O início de época foi melhor do que aquilo que toda a gente estava a espera. Orientados pelo experiente Manuel Cajuda, depois de Rogério Gonçalves ter optado por sair para o Leixões, os figueirenses causaram surpresa logo na 1ª jornada, com uma concludente vitória no Estádio Afonso Henrriques, casa do Vit. Guimarães, por 0-2. Seguiu-se o primeiro confronto com um grande no Campeonato, e o adversário seria o FC Porto, que provou das dificuldades causadas por esta equipa, e embora tenha vencido o jogo, o resultado foi de 3-2. Até a 9ª jornada,a equipa arrecadou 11pts, fruto de 3 vitórias e 2 empates, tendo sido derrotada por 4 vezes, sendo que duas dessas derrotas foram contra equipas do nível de FC Porto e Sp. de Braga. O ponto alto da Naval nesta fase foi o empate caseiro contra os Campeões Nacionais, o Benfica, a uma bola. A partir deste periodo, a Naval passou por tempos conturbados, e 7 derrotas consecutivas, atiraram a equipa para a zona de despromoção. Pelo meio deste pecúlio, Manuel Cajuda demitiu-se do cargo de treinador à 13ª jornada, cedendo o seu lugar a Alvaro Magalhães, que regressava a uma casa que bem conhacia e onde já tinha sido feliz. Mas a felicidade de outrora, não se voltou a repetir, e Alvaro Magalhães conseguiria apenas 10pts em 10 jogos a frente do clube. Após mais uma derrota caseira com o Sp. de Braga, Alvaro foi súbitamente dispensado, cedendo o seu lugar, mais uma vez a Fernando Mira. E é precisamente nesta altura que a Naval inicía o seu melhor período, e o qual me leva a escolher esta equipa como "Equipa da Semana". A 24ª jornada, o treinador interino visita o Restelo e vence por 2-3, o Belenenses, depois cede mais uma vez o seu lugar a Rogério Gonçalves, que tem como missão segurar a equipa na I Liga. Este treinador, que entretanto tinha sido despedido do Leixões, volta assim a uma casa que tambem conhece e onde esta realizar um bom trabalho, pois em três jogos que leva a frente da equipa, ainda não conhece o sabor da derrota, tendo vencido por 2 vezes e empatado uma, mas que soube a vitória, pois foi em pleno Estádio da Luz. A Naval está a atravessar o seu melhor periodo, e já leva 4 jogos sem perder, esta na 12ª posição com 31pts e já vê a permanência com mais clareza.

Palmarés

I Divisão/I Liga: Estreia
II Liga/Divisão de Honrra: 7 presenças Melhor: 2º Lugar em 04/05
III Divisão: 34 Presenças Melhor: Vencedor de série em 61/62 e 67/68
Taça de Portugal: 37 presenças Melhor: Meias-Finais em 02/03
Presidente: Aprígio Santos
Treinadores: Manuel Cajuda (até à 13ª Jornada), Alváro Magalhães (14-23), Fernando Mira (24 jornada) Rogério Gonçalves (desde a 25 jornada)

Estádio: Municipal José Bento Pessoa, inaugurado em 1953 e com capacidade para 10 mil espectádores.

Treinador da Semana





Rogério Gonçalves
45 anos, natural de Lanhezes, Viana do Castelo
Clubes que orientou: Lanhezes, Limianos, Vianense, Varzim, Chaves, Naval e Leixões.








O Treinador da Semana que eu escolhi, foi Rogério Gonçalves. Não por ser treinador da equipa da semana, mas porque na mnha opinião veio abanar com o futebol da Naval e talvêz salva-la da descida. Este treinador já tem alguma experiência de I Liga, pois já cá tinha estado, na altura com o Varzim. Depois de ter descido, voltou a promover a equipa no ano seguinte. Em 03/04 volta a promover um clube, desta feita a Naval, mas não acompanha a quipa na aventura da I Liga, preferindo sair para orientar o Leixões, equipa que tambem tinha ambições de subida. Só que após alguns resultados menos positivos, que culminaram com empate caseiro frente a um adversário directo pela subida, o Olhanense, é demitido e volta a abraçar a Naval, mas desta vez com o intuito de a manter no escalão máximo do nosso futebol.

Jogador da Semana.



Pedro Mantorras 23 anos
Nasceu em Huambo, Angola
Alt: 1,79 77kgs
Épocas no Benfica: 4 (desde 01/02) 60 jogos e 21 golos*
Em Portugal: 6 épocas (desde 99/00, quando ingressou no Alverca)
Total de jogos: 94 jogos e 30 golos*



O jogador desta semana, na minha opinião, deve ser Pedro Mantorras.
O angolano, com apenas 23 anos, já atingiu um estatuto no Benfica, equiparado ao de Simão ou Luisão. Chegou a Portugal na época 99/00, para o Alverca de Luís Filipe Vieira, pela mão de Jorge Mendes, depois de ter estado a experiência no colosso Barcelona, por indicação deste empresário. A estreia de Matorras no Campenato Nacional ocorreu em Guimarães, na derrota do Alverca frente ao Vitória local por 1-0, tendo actuado apenas um minuto, tndo sido lançado por José Romão. Na época de 01/02, Mantorras é contratado por Luís Filipe Vieira, então presidente do Benfica, por 1 milhão de contos. Logo nessa época, afirma-se como jogador fulcral da equipa, tendo actuado em 30 jogos para o campeonato e obtido 13 golos, marca que lhe permitiu ser o melhor marcdor do clube nessa época. A estreia aconteceu pela mão de Toni, na Povoa de Varzim, Mantorras não marcaria nenhum golo no empate a duas bolas que se verificou no final do jogo, muito por culpa da implacável marcação do central poveiro Alexandre, que motivou um desabafo do presidente encarnado que ficaria celebre: "Deixem jogar o Mantorras". Na época seguinte, aquela que seria de afirmação no clube, começa o calvário do jogador. Nessa época efectua apenas 9 jogos, 8 para o campeonato, 1 para a Taça, tendo marcado por 3 vezes. Uma grave lesão num joelho, obrigou o jogador a parar o resto da época, e toda a temporada de 03/04. Esteve para abandoar o futebol, pois as sucessivas operações não davam o resultado esperado: Voltar aos relvados. Mantorras é um jogador que não desiste dos lances, acredita até ao fim. É capaz de sentar um adversário apenas com um movimento de cintura. E foi toda essa raça, aliada ao apoio de tda a família benfiquista e da propria família, que Mantorras não abandonou os terrenos de jogo. As sucessivas inconsciencias cometidas para com o jogador quase puseram fim a sua promissora carreira. Mas o angolano voltaria aos relvados, ainda a tempo de ajudar o Benficaa ser campeão nacional. Depois da ajuda de reabilitação prestada por Rodolfo Moura, Mantorras volta as convocatórias à 15ª jornada, na recepção ao Penafiel, mas não saiu do banco. A jornada seguinte seria a da sua estreia, jogando os últimos 10 minutos do derby frente ao Sporting. Na 17ª jornada, a Luz vibrou de alegria, pois o menino voltou aos golos, frente ao Boavista. 8 minuts em campo foram os suficientes para o angolano apontar o 4 golo da vitória do Benfica sobre o Boavista. É certo que Benfica goleara, mas o golo de Mantorras foi festejado, como se fosse o 1-0, tal a festa que se fez no terreno e nas bancadas. A partir desse momento, o jogador passou a ser o talismã encarnado e Trapattoni passaria a utiliza-lo com alguma regularidade. A partir d 25ª jornada, Mantorras jogu sempre até ao fim, mas só por uma vez seria titular, pois ainda não aguentava o ritmo de 90 minutos. Marcaria golos importantes paa a conquista do titulo, sempre aquele golo que garantiu pontos, como o 4 golo da vitória benfiquista sobre o Marítimo por 4-3, na Luz, no último suspiro do jogo, ou então o golo apontado à União de Leiria, que garantiu o empate, já tempo de compensação e o golo da vitória frente ao Estoril, no polémico jogo realizado no Algarve, a 5 mibutos do fim e que deu a vitória por 1-2. O angolano foi o garante de 10 pts ao Benfica na caminhada para o título do an passado.
Esta época Mantorras continua intermitente. Koeman chegou a dizer que o jogador deveria ser emprestado, para poderjogar mais, uma vez que quererá estarpresente no Mundial pela selecção de Angola. Vieira respondeu e disse a Koeman para ter cuidado ao elaborar a lista de dispensas. Koeman percebeu o recado e o jogador tem sido convocado desde então. Até à data tinha sido intermitente a sua presença, mas já garantiu pontos. Na Madeira, na 13ª jornada. Foi com um golo de Mantorras, que ao seu estilo, não desistiu do lance e bateu Marcos, dando 3 importantes pontos nessa deslocação. Mais recentemente, na última jornada, mais um golo à Mantorras deu a vitória ao Benfica, quando já toda a gente esperava o empate. Um golo à Mantorras, porque só ele acreditou que era possivel chegar àquela bola. Que problema tem agora Koeman para resolver.
João Malheiro, no livro que escreveu com o título "Memorial Benfica-100 Glórias", escreveu o seguinte sobre o angolano: " Pedro Mantorras é o Benfica do segundo século. Só pode ser. Mantorras é fogo. É terra. Mas é tambem sofrimento. Mantorras é vida. É esperança. Ambição e sonho."
Nada mais certo!

* registos sem contar com a época em curso.

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