Estádio: Durban, na cidade de Durban
Hora: 15h
Árbitro: Benito Archundia (México)
Portugal: Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão, Pepe, Raul Meireles e Tiago, Duda, Danny e Cristiano Ronaldo
Jogaram ainda: Simão, Pedro Mendes e Miguel Veloso
Treinador: Carlos Queiroz
Brasil: Júlio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos, Gilberto Silva, Filipe Melo, Daniel Alves e Júlio Baptista, Nilmar e Luís Fabiano.
Jogaram ainda: Josué, Ramires e Grafite.
Treinador: Dunga
Disciplina: Cartão amarelo para Duda, Tiago, Pepe e Fábio Coentrão para Portugal e Luís Fabiano, Juan e Filipe Melo para o Brasil.
Portugal conseguiu o apuramento para os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, ao conseguir arrancar um empate a zero perante o Brasil, garantindo assim o segundo lugar no Grupo G.
O jogo teve alguns motivos de interesse, apesar de ser algo quezilento durante a primeira parte, onde foram vistos sete cartões amarelos, fruto de alguma impetuosidade nalgumas jogadas e também, devido a algum exagero por parte da equipa de arbitragem. Apesar de dizer que não iria jogar para o empate, Carlos Queiroz surpreendeu, ao realizar quatro alterações e sem jogar com uma referencia no ataque, dando essa missão a Cristiano Ronaldo, que sozinho foi chegando para as encomendas. Promoveu à titularidade Ricardo Costa, no lugar de Miguel e Pepe no lugar de Pedro Mendes, Danny e Duda formaram as alas.
O Brasil, na primeira aprte foi mais perigoso e poderia ter chegado ao golo num lance a meio do primeiro tempo, com Ricardo Carvalho e Ricardo Costa a falharem e a deixarem Nilmar aparecer nas costas em posição de rematar, valendo a intervenção de Eduardo, que conseguiu desviar a bola para o poste. A dinâmica ofensiva portuguesa fêz-se sobretudo pelo lado esquerdo, onde fábio Coentrão esteve mais uma vez endiabrado e não se amedrontando nem com Maicon nem com Dani Alves, mas também com alguma visão de jogo de Tiago, hoje menos preponderante do que contra a Coreia do Norte, mas mesmo assim com alguma influência na forma como Portugal saiu a jogar. Ainda assim, o Brasil poderia ter voltado a marcar, pouco antes do intervalo, novamente com falhas de Ricardo Costa e Ricardo Carvalho, que deixaram Luis Fabiano aparecer entre os dois, no entanto, a cabecear ao lado.
Já na segunda parte, seria de esperar que o treinador português arrisca-se um pouco mais no ataque, até porque o Brasil não estava a jogar tudo o que sabe, uma vez que também Dunga se viu forçado a fazer algumas alterações, casos de Káká (castigado), Elano (lesionado), tendo deixado de fora Robinho por opção. Mas o risco foi nulo e Portugal continuou a jogar apenas com Cristiano Ronaldo sozinho na frente. Simão entrou para o lugar de Duda e logo pôs à prova Júlio César, mas a grande ocasião de golo deste segundo tempo esteve nos pés de Raul Meireles, após uma boa jogada de Cristiano Ronaldo, após uma recuperação de bola do médio do FC Porto. O extremo português deixou quatro brasileiros para trás e já dentro da área acaba por ser Lúcio, que ao cortar a bola apôs nos pés de Meireles, que atirou à baliza, mas Júlio César teve um toque providencial na bola, desviando-a para canto. Queiroz continuou a querer defender o empate e fez entrar Pedro Mendes para o lugar de Duda e posteriormente Miguel Veloso para o lugar do esgotado Raul Meireles. Do lado do Brasil, algum nervosismo, fruto do bom jogo que Portugal acabou por realizar, defendendo o empate, embora Ramires ainda tivesse proporcionado mais um bom momento a Eduardo, com a bola a desviar em Bruno Alves, garantindo assim o nulo no marcador e a passagem à fase seguinte sem sofrer golos.
Analise do jogo
Apesar do empate ser um bom resultado e garantir a passagem Às duas equipas, não posso deixar de voltar a criticar o Seleccionador Nacional. Desta feita e num jogo de enorme responsabilidade, apesar de o apuramento estar quase seguro, penso que foi uma opção de risco incluir Pepe e Ricardo Costa. Pepe porque e apesar de ser uma excelente solução para jogar à frente dos centrais, não tem ritmo nem rotinas de jogo e isso viu-se na forma de abordar os lances, o que lhe valeu um cartão amarelo e proporcionou vários lances que poderiam ter sido mais perigosos para a baliza de Eduardo na primeira parte. O luso-brasileiro não jogava desde Setembro último, por isso penso que foi uma idéia completamente descabida que acabou por correr bem. Já Ricardo Costa, não me pareceu que fosse este o jogo ideal para ele se estrear, por tudo aquilo que envolvia e pela rapidez que os laterias brasileiros imprimem ao jogo. Não foi por acaso que as duas grandes oportunidades de golo do brasil durante toda a primeira parte foram nos espaços entre Ricardo Costa e Ricardo Carvalho, precisamente pela falta de rotinas entre ambos. Há que ver que Carlos Queiroz não apresentou o mesmo lateral direito em nehum dos três jogos desta fase, o que também não dá estabilidade a quem faz o lugar. Penso que Miguel poderia ter mantido a titularidade, embora o jogador mais indicado para este jogo fosse Paulo Ferreira.
Abordar um jogo que não sendo decisivo, era importante, sem uma referencia de ataque, parece-me outra idéia descabida. É certo que Cristiano Ronaldo fez bem o que o treinador lhe pediu, mas em várias situações, uma referencia na área seria importante, até para manter os centrais brasileiros mais presos à sua posição. Penso que Hugo almeida poderia ter mantido também a titularidade, até porque sendo possante, poderia ter aberto espaços para os médios, Tiago e Raul Meireles, aparecerem em zona de finalização e causarem mais estragos.
Tenho que voltar a abordar as substituições claramente defensivas que Queiroz realizou. Simão por Duda, uma troca por troca que até veio dar mais vivacidade à ala direita do ataque português. Mas quando entrou Pedro Mendes pedia-se um avançado. Penso que o Liedson poderia ter entrado nesta fase, pois sempre estava mais fresco que os centrais brasileiros e poderia ter sido mais perigoso. Queiroz arriscou pouco, é certo que garantiu o ponto, mas como ele bem disse, quem joga para o empate acaba sempre por perder e por pouco Ramires não lhe fazia a vontade.
Quanto a Ricardo Costa, apesar de dois erros que poderiam ter dado golo, a apreciação só pode ser positiva, neste jogo de estreia pela Selecção portuguesa no Campeonato do Mundo. Mais tarde o jogador abordou a titularidade: "A minha titularidade foi uma surpresa agradável. Estava com vontade de jogar e as coisas correram-me bem. Não penso em agarrar o lugar. Tentei cumprir e fechar bem aquele lado, para anular os contra-ataques rápidos. A estratégia foi bem conseguida".
Portugal garantiu então os oitavos-de-final, onde irá encontrar a Espanha, reeditando o duelo do Euro 2004, onde quem sorriu foi a selecção portuguesa ao vencer por uma bola a zero, com golo de Nuno Gomes. O jogo é na próxima terça-feira, às 19h30.
2 comentários:
Parabens pelo excelente trabalho neste Blog.
Cmps
Joisé Domingos Correia
Obrigado José. É sempre bom termos o feedback do nosso trabalho...
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