Estádio: Green Point, Cidade do Cabo
Hora: 19h30
Árbitro: Hector Baldassi (Argentina)
Portugal: Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão, Pepe, Tiago e Raul Meireles, Cristiano Ronal, Simão e hugo Almeida.
Jogaram ainda: Danny, Liedson e Pedro Mendes.
Treinador: Carlos Queiroz.
Espanha: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevilla, Xabi Alonso, Busquets, Xavi e Iniesta, David Villa e Fernando Torres.
Jogaram ainda: Llorente, Pedro Rodriguez e Marchena.
Treinador: Vicente del Bosque
Disciplina: Cartão amarelo a Tiago (Portugal) e Xabi Alonso (Espanha) e cartão vermelho a Ricardo Costa (Portugal)
Marcadores: David Villa (63')
Eduardo não merecia a derrota depois do jogo que fez
Portugal perdeu com a Espanha em jogo dos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, em jogo onde até tinha tudo para sair vencedor. As más opções ou melhor, a má opção, de Carlos Queiroz, mais uma vez, nas substituições acabou por deixar de fora a selecção lusa, desde logo aos 58', quando retirou Hugo Almeida de campo, para fazer entrar Danny, com isso perdendo uma referencia em crescendo no ataque português, colocando no seu lugar Cristiano Ronaldo, deixando Danny na ala direita.
Puxando o filme atrás, a Espanha entrou forte no jogo e nos primeiros seis minutos, Eduardo já tinha negado o golo por duas vezes a David Villa, com duas defesas de grande nível. A Espanha no primeiro quarto de hora trocou muito bem a bola, ocupando o meio campo português, sem qualquer hipótese de reacção da Selecção Nacional. Com o passar do tempo, Iniesta e Xavi foram deixando de ter bola e com isso a equipa espanhola deixou de criar tanto perigo junto da baliza portuguesa, passando a ser então a nossa selecção a chegar com perigo junto da baliza de Casillas, que brilhou aos 22 minutos de jogo, numa das melhores jogadas de Portugal em todo o jogo, com Tiago a rematar de fora da área e o guardião espanhol a não conseguir segurar a bola que se encaminhava para a baliza e já com Hugo Almeida a pressionar, conseguiu afastar o perigo. Nesta fase do jogo, a Espanha tentava sair em contra-ataque, mas as referencias de passe estavam bem marcada pelo meio campo português, o que deixou os jogadores espanhóis à deriva durante a parte final do primeiro tempo. A passagem da meia hora é novamente Portugal a criar perigo, com um livre directo de Cristiano Ronaldo, que Casillas volta a não segurar e desta feita Piqué afasta perante a ameaça dos avançados portugueses. Já perto do final do primeiro tempo, Raul Meireles isolou Simão, que por pouco não chega à bola, não fosse a rápida intervenção do guarda-redes espanhol. Chegou pouco depois o intervalo, com Portugal por cima do jogo, tudo muito bem controlado e com francas hipóteses de na segunda metade conseguir chegar ao golo.
Após o segundo tempo, Portugal apenas esteve em campo pouco mais de quinze minutos. Antes disso, ainda poderia ter chegado ao golo, quando Hugo Almeida ganhou ao lateral espanhol, fazendo o cruzamento que iria encontrar Ronaldo na área, mas Puyol antecipa-se. O corte do central do Barça ia traindo Casillas, uma vez que a bola acabou por sobrevoar o guardião e sair bem junto ao poste esquerdo da baliza espanhola. aos 58' o momento que define a partida. Contra todas as expectativas, até porque Simão passou por completo ao lado do jogo, à semelhança de Cristiano Ronaldo, Carlos Queiroz faz entrar Danny para o lugar de.. Hugo Almeida, perdendo assim uma referencia que muito trabalho deu à defesa espanhola, passando Ronaldo a ocupar a zona central do ataque português. Do outro lado, Vicente del Bosque fez o oposto, retirou Torres de campo, que não esteve tão influente como noutros jogos, promovendo a entrada de Llorente, dando então uma referencia ao ataque espanhol, que abriu espaços na defesa lusa para as entradas mortíferas de Villa e dos médios interiores, Xavi e Iniesta. E o aviso foi dado quatro minutos depois, com Llorente a surgir sozinho na área a responder de cabeça a um centro da direita do ataque espanhol, valendo mais uma vez Eduardo, que com uma defesa por instinto, evitou o golo. Golo esse que não conseguiu evitar no minuto seguinte. Combinação fantástica entre Villa e Xavi, com este a servir o jogador do Barcelona de calcanhar e sem oposição atirou numa primeira instância, para defesa de Eduardo, mas depois na recarga atirou a contar. A partir daqui, o jogo terminou, com a Espanha, confortável no marcador, a trocar a bola, deixando os portugueses cada vez mais nervosos. A equipa lusa não soube controlar as emoções e nem as entradas de Liedson e Pedro Mendes trouxeram nada de novo à selecção, que não conseguiu nunca mais chegar perto da baliza espanhola com perigo, muito menos construir uma jogada com principio, meio e fim. A Espanha ainda poderia ter chegado ao segundo golo, novamente por Llorente, que cabeceou ao lado e Portugal ainda se viu reduzido a dez jogadores por expulsão de Ricardo Costa depois de ter atingido com o cotovelo Capdevilla, na abordagem a um lance na área espanhola.
Chegou ao fim a carreira de Portugal nesta edição do Mundial da África do Sul, deixando, na minha opinião, muito a desejar, começando pelo treinador Carlos Queiroz, que prometeu muito mas fez muito pouco.
Analise do jogo
Prometo que será uma analise reduzida, até porque pouco há a dizer sobre o jogo de hoje. Portugal entrou bem na partida, no seu esquema habitual, 4x3x3, com um homem de área, capaz de combater o poderio físico de Puyol e Piqué. Continuo com a ideia fixa de que Pepe não deveria ter entrado de início, penso que seria uma melhor opção se tivesse jogado Pedro Mendes, mas também não foi por aí que Portugal não ganhou, apesar de ainda se notar uma certa descoordenação do luso-brasileiro na abordagem a alguns lances. Ricardo costa acabou por se mostrar uma solução acertada na direita da defesa, apesar de o início não ter sido o melhor, deixando Villa entrar pelo seu flanco causando algum perigo.
A chave da melhoria do jogo português na primeira metade do jogo, deveu-se à marcação que foi movida aos pensadores do jogo espanhol, Xavi e Iniesta, cortando-lhes as linhas de passe e não os deixando respirar, com isso ressentindo-se a selecção espanhola, que não mais criou perigo.
O momento-chave deste jogo, dá-se ao minuto 58', quando seria de esperar a saída de Simão ou até mesmo de Cristiano Ronaldo, claramente, ambos, ao lado do jogo, para a entrada de Danny, que poderia trazer alguma irreverência à ala esquerda, juntamente com Fábio Coentrão, que mais uma vez esteve endiabrado. Ao invés disso, Queiroz retirou Hugo Almeida, num erro crasso do seleccionador, retirando com isso a presença no ataque português e uma das principais dores de cabeça dos defesas espanhóis enquanto o jogador do Werder Bremen esteve em campo. Em sentido inverso, Vicente del Bosque lançou e bem, Llorente, dando aquilo que lhe faltou precisamente na primeira parte, colocando-o no lugar de Torres, que ao derivar para a direita do ataque não deixava ninguém na zona central. A sua entrada fez-se sentir logo nos minutos seguintes, com uma ocasião para golo na primeira vez que tocou na bola e depois abrindo espaço para Xavi combinar com Villa para o golo espanhol. É este o contraste entre um treinador que joga para ganhar e um que joga para não perder, como Carlos Queiroz. Com esta alteração, del Bosque disse claramente que queria vencer o jogo e conseguiu. Em termos practicos, Queiroz retirou capacidade ofensiva e retraiu a equipa ao contrário de Vicente del Bosque que estendeu a Espanha ainda mais no terreno dado-lhe mais poder no ataque.
Já disse antes que não sou fã de Carlos Queiroz, apesar de ele me ter feito a vontade contra a Coreia do Norte e ter posto a jogar Tiago, Simão e Hugo Almeida, que juntos apontaram quatro dos sete golos de Portugal nesse jogo. Mas Queiroz tem problemas quando mexe na equipa para as substituições. Já foi assim no Sporting e é sempre assim desde que assumiu o comando da selecção. Queiroz privilegia o contra-ataque, dando a iniciativa de jogo ao adversário, ao contrário, por exemplo de Scolari, que sempre tomou as rédeas do jogo. Penso que depois deste desaire, Queiroz deveria repensar a sua posição na Federação e talvez, porque não, apresentar a sua demissão, uma vez que das duas vezes que prometeu uma equipa para arrasar o adversário (Brasil e Espanha), num empatou e no outro acabou arrasado. Não é o facto de ter conseguido 19 vitórias consecutivas ou de apenas ter sofrido um golo em todo o Mundial que trazem títulos, isso apenas trazem vitórias morais (novamente) e desresponsabilização pelos erros cometidos. No final do jogo, o técnico português considerou justa a vitória da Espanha. Tendo em conta que foi ele quem lha ofereceu, só lhe fica bem reconhecer o mérito do adversário que lançou as suas armas aproveitando o erro do adversário. Esta é a prova mais cabal de que muito dificilmente Portugal alguma vez conseguirá ganhar uma grande competição, porque em vez de nos engrandecer, acabamos sempre por nos minimizar. É a sina portuguesa.... Esperemos que no Euro 2012 as coisas corram melhor.. Se la chegarmos. Uma certeza fica: Fábio Coentrão, Eduardo, Hugo Almeida, Tiago e outros jogadores não mereciam um Seleccionador como Carlos Queiroz.
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