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Miccoli festeja o golo do empate





Miccoli festeja o golo do empate
Luisão, após o golo ao Sporting
Durante esta semana, apresentei os jogos entre os dois clubes, que mais importância e relevância para o futebol português tiveram. Não foram escolhidos por acaso, mas foram escolhidos, porque practicamente todos decidiram alguma coisa em termos de títulos. E mais ficaram por ser mencionados. Como não podería deixar de ser, o último jogo que vai ser apresentado, é mais um jogo decisívo na carreira de ambos os clubes. A época é a de 04/05, a jornada a 33ª mais uma vêz. Este jogo atingiu proporções vitais para ambos os clubes, pois tanto Benfica como Sporting tinha hipoteses de ainda chegar ao título. Ao Benfica só a vitória interessava, pois em caso de igualdade pontual, a vantagem era favorável ao Sporting no confronto directo. Ao Sporting só a derrota o afastava do título, e a equipa estava super moralizada, pois dias depois disputaría a final da Taça UEFA no seu estádio.
Á entrada para a 33ª jornada, as equipas partíam empatadas em pontos, fruto da derrota do Benfica em Penafiel e da vitória do Sporting em casa, frente ao Vit. Guimarães. Um dos possíveis beneficiados do resultado deste jogo era o FC Porto, que esperava um empate entre ambos, para na última jornada ainda acalentar esperanças de ser campeão. Um empate, como já disse, tirava quase todas as aspirações ao Benfica, pois necessitava que o Sporting perde-se no último jogo, na recepção ao Nacional.
O jogo começou com cautelas de ambos os lados, mas mais do lado do Benfica. Trapattoni, ao seu estilo, escalou a equipa em 4x2x3x1. José Peseiro usou o seu clássico 4x4x2 em losango, que tão bem tinha funcionado em grande parte da época. O Benfica dispôs de excelentes oportunidades de golo, com Simão a falhar amais flagrante, logo no início do segundo tempo, ao surgir isolado frente a Ricardo, mas a atirar ao lado. O Benfica mostrou sempre mais vontade de vencer a partida, até porque era mesmo necessário, pois só assim seríam atingidos os objectivos da época. Mas o nulo teimou em manter-se até perto do final da partida. Ao minuto 84, Petit bate uma falta. Quando toda a gente esperava que o lívre fôsse batido directo, embora a bola estivesse um pouco descaída para a esquerda do ataque encarnado, o médio marcou a falta para o meio da área, com a cabeça de Luisão a chegar onde as mãos de Ricardo não conseguiram, empurrando assim a bola para o fundo das redes do Sporting. Grande explosão de alegria nas bancadas, no terreno de jogo, nas ruas, por todo o lado. O jogo terminou pouco depois, com os jogadores do Sporting inconformados desde o lance do golo, onde pedíam falta sobre o guardião. Ricardo inclusivé, diz ao árbitro que Luisão marcou o golo com a mão, tal era o desespero dos jogadores, pois sabíam o que sgnificava a derrota. Mas nada feito. O golo valeu e o Benfica venceu e logo alí, começou a festa da conquista do título, que se confirmaría uma semana depois com o empate no Bessa, diante do Boavista, resultado mais que suficiente para alcançar a tão almejado título que fugia desde 93/94. Ainda assim foi necessário esperar até ao minuto 90, altura em que a Académica marcou o golo da igualdade no Dragão, para se ter a certeza de que o título não mudava de estádio. Mais uma vez tudo se decidiu no Benfica-Sporting da jornada anterior. Assim como o jogo de hoje toma as proporções de decisão para o segundo posto, lugar de acesso directo á Champions League. Uma derrota afasta practicamente o Benfica desse objectivo. Um empate deixa tudo na mesma, mas com ligeira vantegem leonina. Uma vitória do Benfica nada decide, mas dá um grande passo rumo a essa decisão. Enfim, mais um clássico de grandes emoções, ao nível dos aqui apresentados durante a semana. Espero sinceramente que tenha sido do vosso agrado e que tenha contribuido para mais um pouco de sabedoria dos meandros que envolvem o Grande Derby, o Derby Eterno.
Para a história, ficam aqui as equipas que alinharam nesse jogo:
SL Benfica: Quim, Miguel, Ricardo Rocha, Luisão e Dos Santos, Petit, Manuel e Fernandes, Geovanni, Simão e Nuno Assis, Nuno Gomes.
Treinador: Giovanni Trapattoni. Jogaram ainda: Mantorras, João Pereira e Alcides.
Sporting CP: Ricardo, Miguel García, Polga, Beto e Rui Jorge, Rochemback, Custódio, João Moutinho e Pedro Barbosa, Sá Pinto e Douala.
Treinador: José Peseiro. Jogaram ainda: Pinilla, Hugo Viana e Tello.
Fica aqui também um vídeo, com o golo do jogo:
Sporting CP: Tiago, Rogério, Enakarhire, Polga e Paíto, Custódio, Pedro Barbosa, Sá Pinto, Rochemback e Hugo Viana, Liedson.
Treinador: José Peseiro. Jogaram ainda: João Moutinho, Miguel García e Tello.
Fica aqui também um vídeo do jogo:
Jogo bastante renhido
Eusébio
Mas a nível de jogos, há muita coisa que merece ser destacada. Em 1965, o Sporting deslocou-se ao Estádio da Luz, que já tinha sido inaugurado, assim como o de Alvalade. Mas nesse jogo, a particularidade, é que o Sporting já não vencia em terreno encarnado... a 11 anos. A última vitória leonina em casa do Benfica, foi em Janeiro de 54. O resultado desse jogo foi de 1-4, com o héroi a ser Lourenço, o autor dos 4 golos da partida. Há também a rábula do brinco de Vitor Baptista. Esta situação decorreu durante um jogo entre os dois clubes, que cúlminou com vitória encarnada por 1-0. O golo foi apontado pelo Vitor Baptista, que nos festejos acabou por perder o brinco. O carícato é que pôs toda a gente á procura da peça durante algum tempo. No final da partida, embora contente pelo resultado, Vitor estava frustrado, pois segundo ele tinha perdido dinheiro a trabalhar. É que o Brinco custara-lhe 12 contos, enquanto que o premio de jogo foi de apenas 8....
Em 78/79, mais um derby que fica na história, como o Derby dos 5-0 ao intervalo, tando a vitória sorrído aos encarnados, que apontaram todos os golos no primeiro tempo e em 35 minutos.
Em 85/86, o jogo entre leões e águias fica na história, pelo facto de a vitória leonina ter dado o título... ao FC Porto. O Benfica recebeu o Sporting, que já não vencia na Luz desde 1965, no jogo do poker de Lourenço acíma mencionado. O Benfica era primeiro na altura, com mais dois pontos que o FC Porto. A vitória leonina deixou o Benfica em pé de igualdade pontual para os rívais do Norte, mas perdia em confronto directo. Esta derrota afectou os encarnados, que acabaram o campeonato com menos dois pontos que os azuis e brancos, pois ainda seríam derrotados pelo Boavista na última ronda.
Mas o jogo que marca a história dos Derbies até ao momento, é o Sporting-Benfica de 14 de Dezembro de 1986, que terminou com o resultado de 7-1 favorável aos leões, e que se tornou assim na vitória mais volumosa em jogos entre os dois clubes. Este foi um jogo em que correu tudo bem ao Sporting, e tudo mal ao Benfica. Mas sobretudo, correu tudo bem a Manuel Fernandes.
A tarde era de chuva e o primeiro tempo, não deixava antever a catastrofe encarnada no segundo. Ao intervalo, o Sporting vencia com um normal 1-0, golo apontado por Mario Jorge, á passagem do quarto de hora.
No reinício da 2ª parte, Manuel Fernandes abriu o lívro. Logo aos 50 minutos elevou a contagem para 2-0. Wando ainda reduziu aos 59 minutos para o Benfica, fazendo os adeptos encarnados acreditarem na reviravolta. Mas Manuel Fernandes esteve imparável, e o Sporting apoiado no seu futebol chegou ao 3-1 e ao 4-1, por intermédio de Meade e novamente Mario Jorge. Nos últimos 20 minutos, Manuel Fernandes fêz o resto, apontando mais três golos e consumando a humilhação encarnada. O intrépido avançado leonino, ainda guarda religiosamente a bola do jogo, pois no dia em que se realizou o encontro, a filha do ex-jogador fazia anos, de modo que serviu de prenda. O jogo teve ainda outra particularidade. Foi árbitrado por Vítor Correia, precisamente o mesmo árbitro do jogo da segunda volta, que terminou com vitória benfiquista por 2-1. Estes 7-1, no entanto de nada serviram, pois o Benfica acabou por se sagrar campeão nessa época, com mais 14 pontos que o Sporting, que não conseguiu melhor que o 4º lugar, atrás de FC Porto e Vit. Guimarães.
Ficam para a história, as equipas que alinharam nesse jogo:
Sporting CP: Damas, Gabriel, Vírgilio, Venâncio e Fernando Mendes, Oceano, Litos, Mário Jorge e Zinho, Meade e Manuel Fernandes.
Treinador: Manuel José. Jogaram ainda: Duílio e Silvinho.
SL Benfica: Sílvino, Veloso, Dito, Oliveira e Álvaro Magalhães, Shéu, Diamantino, Chiquinho Carlos, Carlos Manuel e Wando, Rui Águas.
Treinador: John Mortimore. Jogaram ainda: Nunes e César Brito.
Equipa que venceu o Sporting pela 1ª vez, em 1908
Depois do primeiro jogo entre o Sport Lisboa e o Sporting CP, em 1907, as equipas voltaríam a encontrar-se para disputar a segunda volta do Regional de Lisboa, e o Sporting voltou a vencer. O Benfica chegou á primeira vitória em Derbies, apenas ao terceiro jogo, em 25 de Outubro de 1908. Nesse jogo, o Sporting estreou as camisolas a duas cores, metade verde, metade branca, conhecidas hoje como as camisolas Stomp, em homenagem a um dos fundadores e mais emblematico atleta do clube. O resultado desse jogo foi de 2-0, favorável aos encarnados.
Mas entre o início do século e meados do mesmo, muita coisa sucedeu. Desde logo salta á vista o jogo entre ambos os clubes na época de 47/48, em que o sporting venceu o campeonato ás custas do Benfica, naquele que ficou conhecido como o "campeonato do pirolito". Os encarnados receberam os leões a poucas jornadas do fim, e com vantagem pontual e no confronto directo fruto de vitória por 3-1 em casa do Sporting na primeira volta, tinham tudo para se poderem sagrar campeões. Além do mais, o Sporting apenas tinha vencido o Benfica por 3 vezes em 25 jogos, no terreno destes. Mas o impensável aconteceu, e o Sporting acabou por vencer por 1-4, com 4 golos do fantástico Peyroteo, pérola leonina da altura. Os golos foram marcados em apenas 35 minutos, e após percurso identico até final do campeonato, o Sporting sagrou-se campeão, com os mesmos pontos do Benfica, mas com vantagem de 5-4 no confronto directo entre ambos...
há também que relembrar, a época de 45/46, época em que o Belenenses se sagrou campeão. Os derbies entre os dois clubes, atingiram níveis de emoção bastante altos. No campo do Lúmiar, terreno do Sporting, o Benfica vencia por 0-3. Mas o resultado final acabou por ser.. 4-3 a favor dos leões, que efectuaram reviravolta fantástica, reduzindo ainda antes do intervalo, a diferença para 2-3, dando a machadada final já no segundo tempo. Mas o Benfica vingou-se no jogo da segunda volta. No Campo grande, os encarnados receberam os leões. O resultado, esse, fixou-se nos 7-2 favorável aos encarnados. Este foi o maior registo do Benfica em jogos frente ao Sporting, que chegou a estar a perder por 7-1, tendo Peyroteo reduzido a diferença a 5 minutos do fim da partida... O pecúliar deste jogo, é que os 9 golos foram todos apontados.. no segundo tempo e em 40 minutos...
Mas o melhor jogo entre ambos os clubes, estava guardado para a final da Taça de Portugal, da época de 51/52, a primeira entre ambos os clubes. Tanto Benfica como sporting já tinham vencido a competição, alías, o Benfica detinha já o record de vitória mais volumosa numa final, ao vencer o Estoril por 8-0.
O jogo foi no dia 15 de Junho de 1952, no Estádio Nacional. O jogo começou practicamente com o golo de Albano para os leões, logo aos 9 minutos de jogo, e de grande penalidade. O Benfica empatou ainda antes do intervalo, por Rogério "Pipi", também de grande penalidade.
Num jogo em que houve espectaculo, quatro revira-voltas no marcador, um hattrick e três grandes penalidades, uma delas falhada, o melhor ficou para a segunda parte. O Benfica entrou melhor e logo a abrir, Corona deu vantagem aos encarnados. Mas seis minutos depois, o Benfica já perdia por 2-3, com golos-relâmpago de Rola e Martins aos 51 e 55 minutos, respectivamente.
Mas como o jogo era impróprio para cardiacos, Rogério "Pipi", que na altura já tinha falhado uma grande penalidade, restabeleceu a igualdade ao minuto 69. Mas Rola voltaría a dar vantagem ao Sporting apenas dois minutos depois, com Raul Águas a restabelecer a igualdade aos 74 minutos de jogo. Ou seja, 3 golos novamente em 5 minutos apenas. Mas o melhor estava guardado para o minuto 90, quando Rogério "Pipi", deu a vitória ao Benfica já no minuto 90, depois de bem assistido por Águas. O esguio avançado encarnado, que detém o recorde de golos em finais de Taça (15), disse sobre o momento: "foi um momento inolvidavel. Quando o Águas me passou a bola, tive um pressentimento de que algo de bom ia acontecer. Via a Taça á minha frente, corri quanto pude, rematei e pareceu que a bola demorou um século a entrar na baliza. Depois a festa. Foram tão fortes e tantos os abraços dos colegas, que quando dei por mim, estava estendido no solo". De facto o delírio era tanto, que minutos depois o árbitro da partida teve alguma difículdade em dar por terminado o jogo, tendo que se fazer entender por gestos, tal era o ruído vindo das bancadas que nem deixou ouvir o apíto final. Quando se percebeu que o jogo terminara, a festa foi total, e no relvado os adversários abraçaram-se em sinal de que tinha sido um grande jogo, e que tinha vencido o melhor. Este jogo assinalou a despedida do Capitão encarnado na altura, Francisco Ferreira, autor da alcunha do "Pipi". Esta final, continua a ser considerada a melhor e mais emotiva final da Taça de sempre, até porque detém o recorde de golos apontados que é de 9.
Ficam para a história, as equipas que alinharam nesse jogo:
SL Benfica: Bastos, Artur e Fernandes, Moreira, Félix e Francisco Ferreira, Arsénio e Rogério, Corona, Águas e Rosário.
Treinador: Cândido Tavares.
Sporting CP: Carlos Gomes, Juvenal e Pacheco, Veríssimo, Passos e juca, Travaços e Albano, Pacheco Nobre, Martins e Rola.
Treinador: Randolhp Galloway.
O outro assunto, prende-se com a possíbilidade de Fernando Santos abandonar o comando técnico do SL Benfica. A 31 de Março, ou seja mesmo antés do início do ciclo negro do clube da águia, Luís Filipe Vieira disse acerca de Fernando Santos: "Trata-se de um grande benfiquista e continuará a ser o nosso treinador." No dia seguinte o Benfica recebeu o FC Porto, naquele que podería ter sido o jogo em que o Benfica passaría para o comando da prova, mas o empate registado deixou tudo como estava. Mas a partir desse momento, o Benfica não voltou a ganhar, sendo entretanto eliminado da Taça UEFA, um dos grandes objectivos do Benfica, segundo Filipe Vieira, e practicamente arredado do título, depois de ter empatado com Beira-Mar e Sp. de Braga, tendo já inclusivé perdido o segundo lugar para o rival, Sporting, e estando agora a cinco pontos do líder, FC Porto.
O treinador tem sido muito contestado, e a pergunta que se impõe é: Deve Fernando Santos Continuar no Comando Técnico do Benfica na Próxima Temporada?
Para isso devem votar AQUI.
Mas Fernando Santos não é odiado por todos. Há alguns adeptos e figuras do Benfica que acham que o técnico deve continuar á frente dos destinos do clube. Mas a grande maioría dos adeptos, pensa que não. Por isso, Quem Acham Que Devería Ser o Próximo Treinador do Benfica?, é o que eu gostava de saber.
Para isso devem votar AQUI.
As votações estarão disponíveis até ao final do mês de Maio, e o resultado das mesmas irá sendo apresentado períodicamente, para estarem a todos a par do andamento. Gostava que participassem e que dessem a vossa opinião sincera.