31 de maio de 2012

Entrevista Com: Sérgio Morais (Treinador dos Juniores do Coimbrões)

O 'Entrevista Com' está de volta, desta feita para destacar o trabalho feito por diversos treinadores a nível da formação nos clubes gaienses. Este tema vai começar com o treinador dos juniores do Canidelo, Sérgio Morais, que classificou a equipa na quinta posição da Série 1 da 1ª Divisão Distrital e brevemente, teremos a entrevista com Carlos Machado, treinador dos juniores do Canidelo, que levou a sua equipa até à subida aos Nacionais da categoria.
Sérgio Morais está no Coimbrões desde o início da época, mas já tinha representado o clube enquanto jogador, tendo sido ao serviço dos verde e pretos que terminou a carreira, decorria o ano de 2000. enquanto jogador representou ainda diversos clubes, entre eles o Candal, o Canidelo, o Valadares, Oliveira do Douro, Delães e Arrifanenese. A nível de Camadas jovens, Sérgio Morais fez todos os escalões no Canidelo, passando ainda pelo Boavista no último ano de júnior. Como treinador, o técnico já orientou o plantel sénior do Canidelo, mas foi nos juniores do clube onde esteve mais tempo, orientando a equipa por
épocas seguidas. Este ano chegou ao Coimbrões.
Aqui fica a entrevista gentilmente concedida pelo treinador, num exclusivo 'A Bola é Redonda'.



A Bola é Redonda (ABR) - Esteve ao serviço do Coimbrões esta temporada, mais precisamente nos juniores, depois de no mesmo escalão, ter treinado o Canidelo na época anterior. Como foi a mudança do Canidelo para o Coimbrões?

Sérgio Morais (SM) - Foi uma mudança fácil pois fomos muito bem recebidos, fruto de todo o que tínhamos feito pelo clube durante jogadores, aliás era um namoro de pelo menos quatro anos, que por esta ou aquela razão não aconteceu mais cedo. Eu digo fomos porque eu não trabalho sozinho, tenho uma pessoa que me acompanha desde essa altura, o Dany, antigo jogador também de vários clubes de Gaia.


Em 1991 ao serviço do Candal
ABR - O ano passado, o Canidelo esteve às portas de chegar ao Apuramento de Campeão, algo que atingiu este ano e também a subida aos Nacionais. Como vê esse feito?

SM - Com alegria, porque vejo o culminar de um trabalho iniciado por nós há quatro anos, e finalizado pelo Mister Berto e sua equipa técnica de uma forma exemplar. Já o fiz, mas aproveito esta entrevista para, publicamente, dar os parabéns ao Mister Berto e todo o seu staff, principalmente ao meu amigo de infância, o director José Manuel como ao Sport Clube de Canidelo.


ABR - Depois de um início um pouco abaixo do que era esperado, o Coimbrões conseguiu recuperar e chegou ao terceiro lugar, no entanto, acabou o campeonato na 5ª posição. O que faltou à equipa para lutar por uma posição melhor?

SM - Mais humildade e mais atitude em jogos considerados mais acessíveis. Quem quer lutar pelos primeiros lugares não pode perder 10 pontos com equipas que se safaram de descer por um ponto.


ABR - Quais foram as maiores dificuldades que sentiram esta temporada?

SM - Várias. Era uma equipa sem ambição, sem disciplina, treinavam por treinar, e no jogo, aparecia o reflexo disso mesmo. Tivemos que fazer um trabalho de base em várias vertentes do futebol, chegando mesmo a fazer um trabalho individualizado, quer táctico e técnico, mas principalmente mental, fazendo-os acreditar que no futebol não há limites.


Em 2000 no último ano de carreira, ao serviço do Coimbrões

ABR - Na próxima época, continuará à frente dos juniores do Coimbrões?

SM - Sim. Posso confirmar com a devida autorização do Clube.


ABR - Para o próxima temporada, teremos o Coimbrões a lutar deliberadamente por um lugar que de acesso à subida de divisão?

SM - Essa é uma pergunta muito subjectiva, pois todos os que vão participar tem legitimas pretensões de subida. No Coimbrões trabalhamos com o que a casa tem, pois não temos dinheiros para contratar quem nós queremos. Agora, o que podemos prometer, é que vamos ser uma equipa competitiva e que vai saber o que quer e se isso fizer a diferença...


Foi no Canidelo que Sérgio Morais
se estreou nos séniores
ABR - Há duas épocas, esta equipa quase descia de divisão. O que mudou entretanto?

SM - Essa pergunta devia ser feita aos jogadores mas vai muito ao encontro da minha resposta atrás. Disciplina, rigor, muito trabalho técnico e táctico e o acreditar no impossível. Fazer de um grupo de atletas uma família, uns guerreiros.


ABR - Como vê o estado da formação no Coimbrões?

SM - Do melhor. Repare, tem a melhor escola de futebol jovem de Gaia, a Futjovem, que rivaliza com as melhores da cidade do Porto. Os escalões de benjamins e infantis todos os anos fornece os grandes do Pais. O ano passado foram dois para o SL Benfica e FC Porto, este ano mais dois para o FC Porto. Pena que esse trabalho, muito por força dessas saídas, não seja tão visível nos escalões de iniciados, juvenis e juniores, mas penso que num curto espaço de tempo seja ultrapassada.


Último ano de formação
no Boavista
ABR - Ate há bem pouco tempo, apenas o Candal tinha equipas nos escalões nacionais nas três principais camadas jovens. Agora o Canidelo juntou-se também. Acha que os clubes estão a mudar a maneira de ver a formação?

SM - Claro que sim. Eu vou falar no Coimbrões. Nós trabalhamos de forma a colocar nos seniores o maior número de jogadores oriundos da formação, porque só assim é que o clube não perde a sua identidade. Outra situação, é ter treinadores com uma filosofia virada para a entre-ajuda entre todos, porque ai começa a nascer a tal família que falava atrás, e no Coimbrões, com a antiga direcção e com a actual, esse é e será o nosso meio de recurso num curto espaço de tempo, pois queremos continuar a crescer de uma forma sustentada.


ABR - Por último, gostava que deixasse uma mensagem a todos os jovens que sonham ser jogadores de futebol, bem como aos adeptos do Coimbrões e leitores do blog.

SM - Para se ser jogador tem de se ser humilde, ser trabalhador, ser bom ouvinte, ter vontade de aprender e acreditar no seu futebol.
Para os leitores, uma palavra de apreço porque sem eles este tipo de trabalho não era possível.
Quanto aos adeptos, continuarem a dar o apoio a todos os escalões como dão, pois ai é que começa a tal família que eu falo, para eles o nosso muito obrigado.

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